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- Um agricultor a trabalhar no seu campo de milho bem cuidado, refletindo a recuperação agrícola
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Na República Democrática do Congo, o Projeto de Emergência para a Produção Alimentar (PURPA) semeia resiliência e colhe esperança
PURPA reforçou as capacidades das estações de investigação agrícola, como a de Kiyaka, em Kwilu, no centro do país, permitindo a produção local de sementes melhoradas de milho e arroz
Ao amanhecer, os campos estendem-se até onde a vista alcança, banhados pela luz suave do sol nascente. Nas províncias de Kwilu, Kasaï e Tshopo, na República Democrática do Congo, as comunidades rurais reclamam a posse das suas terras com uma energia renovada. Aqui, cada sulco traçado na terra conta uma história de resiliência e esperança.
Durante muito tempo, estas terras férteis permaneceram presas num ciclo vicioso: sementes de má qualidade, acesso limitado a fertilizantes, técnicas agrícolas arcaicas, baixos rendimentos e rendimentos precários. A agricultura de subsistência, que é uma tradição, condena as famílias a sobreviver dia a dia, vulneráveis aos choques climáticos e às crises alimentares.
Mas tudo mudou desde a implementação do Projeto de Emergência para a Produção Alimentar (PURPA) (https://apo-opa.co/4kHUbDR), no âmbito da Mecanismo Africano de Produção Alimentar de Emergência (https://apo-opa.co/44ta4cl) do Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org). O seu objetivo: restabelecer, em tempo recorde, a produção alimentar nas zonas rurais mais vulneráveis.
No centro do projeto, a distribuição em massa de sementes e insumos agrícolas marcou um ponto de viragem decisivo:
· Mais de 325 toneladas de arroz, 388 toneladas de milho e 1,4 milhões de metros lineares de mudas de mandioca distribuídos, superando em muito as previsões iniciais.
- 49.749 famílias agrícolas foram beneficiadas, a maioria delas mulheres, que muitas vezes são as principais responsáveis trazer comida para casa.
Nas aldeias, os testemunhos refletem a esperança recuperada. Pela primeira vez, os campos voltam à vida. As sementeiras foram feitas e a colheita promete ser boa, o suficiente para sustentar as famílias e vender o excedente no mercado, segundo os aldeões.
Além das distribuições, a PURPA reforçou as capacidades das estações de investigação agrícola, como a de Kiyaka, em Kwilu, no centro do país, permitindo a produção local de sementes melhoradas de milho e arroz. Foram produzidas mais de 100 toneladas de sementes de milho, 33 toneladas de arroz e 2,55 milhões de mudas de mandioca. A distribuição de 334 toneladas de fertilizantes também contribuiu para garantir sementes adequadas e acessíveis para as próximas estações.
Foram igualmente lançadas formações específicas. O projeto financiou a formação de 300 quadros e agentes da administração, 30% dos quais mulheres, sobre a ligação entre o campo, a escola e o campesinato, a produção de sementes e os itinerários técnicos. Estas iniciativas permitem não só melhorar os rendimentos, mas também reforçar as capacidades das mulheres e das cooperativas agrícolas.
Nos próximos meses, está prevista a última onda de distribuição de fertilizantes e sementes produzidos pelos centros de investigação. Os impactos esperados são muitos: um aumento dos rendimentos agrícolas, graças à venda dos excedentes; a criação de novas oportunidades económicas, especialmente para mulheres e jovens; uma melhoria significativa da segurança alimentar, com a redução dos períodos de escassez; o desenvolvimento de uma agricultura mais autónoma e menos dependente da ajuda externa.
Em várias províncias, as autoridades locais observam mesmo uma diminuição do êxodo rural. Os jovens regressam às aldeias para participar na nova dinâmica agrícola, atraídos por perspetivas mais promissoras.
Para estas comunidades, o Projeto de Emergência para a Produção Alimentar não é apenas uma resposta à crise alimentar mundial. É uma verdadeira “escola de resiliência” coletiva, onde a solidariedade, o conhecimento local e as inovações agrícolas se entrelaçam.
Agora, a agricultura não se limita apenas a garantir a sobrevivência. Ela torna-se um meio de desenvolvimento, investimento e legado, nos campos recentemente semeados. O caminho ainda é longo, mas a transformação está em curso. Nestas terras rurais outrora frágeis, instala-se uma convicção: a mudança, agora, vem daqui.
Distribuído pelo Grupo APO para African Development Bank Group (AfDB).
Sobre o Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento:
O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento é a principal instituição financeira de desenvolvimento em África. Inclui três entidades distintas: o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB), o Fundo Africano de Desenvolvimento (ADF) e o Fundo Fiduciário da Nigéria (NTF). Presente no terreno em 41 países africanos, com uma representação externa no Japão, o Banco contribui para o desenvolvimento económico e o progresso social dos seus 54 Estados-membros. Mais informações em www.AfDB.org/pt