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- Aos 32 anos, Koné Gninlnagnon (segurando um pacote de farinha "cherub") sonha em destronar as grandes empresas de complementos alimentares da Costa do Marfim com a sua farinha "cherub"
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Costa do Marfim: Aos 32 anos, Koné Gninlnagnon sonha em destronar os grandes fabricantes de complementos alimentares graças à sua farinha "Cherubs", com o apoio do Banco Africano de Desenvolvimento
A sua farinha é feita de arroz integral ou arroz preto, que é rico em fibras
Estudámos o mercado da farinha para bebés e conseguimos desenvolver uma estratégia que nos permitirá penetrar neste mercado
Engenheiro em gestão de empresas agrícolas, este marfinense de Katiola, no centro-norte da Costa do Marfim, seguiu desde muito cedo os seus pais, produtores de tubérculos e de milho.
"Quando me tornei engenheiro, apercebi-me de que os nossos produtores agrícolas continuavam a enfrentar as mesmas dificuldades na transformação dos seus produtos. As pessoas trabalham, mas, no final, os seus produtos são pouco valorizados e comprados barato. Isto levou-me a querer mudar as coisas. Decidi transformar esses produtos para lhes acrescentar valor e permitir que os agricultores vivessem melhor com o fruto do seu trabalho", conta.
Diz que tentou de tudo para criar a sua empresa, sempre sem sucesso... até que surgiu o Projeto Enable Youth na Costa do Marfim.
"A minha única ideia ao vir aqui é receber as ferramentas que me permitirão ser um verdadeiro agroempresários, como sempre sonhei", admite, em frente a uma máquina para torrar souchet e milho, produtos que são utilizados para fazer a sua farinha alimentar infantil.
Chamado "Querubim", este suplemento alimentar para bebés é uma farinha feita de arroz e de sementes. Mas contém outros produtos agrícolas para fazer a diferença em relação à multidão de outros suplementos alimentares que existem no mercado da Costa do Marfim, dominado principalmente pelas grandes empresas, argumenta o Sr. Koné, como bom comerciante.
"É uma farinha infantil fortificada, feita 100% a partir de produtos agrícolas locais muito ricos. É uma farinha que respeita todas as normas da OMS (Organização Mundial de Saúde) em termos de nutrientes para bebés. É uma farinha que é idêntica a todas as farinhas infantis importadas que inundam os nossos mercados", explica.
"É uma alternativa que fornecemos às nossas mães para garantir a transição segura das crianças do leite materno para a alimentação normal", acrescenta o Sr. Koné.
Embalada em saquetas de 200 gramas e acondicionada em bonitas caixinhas azuis com sementes de arroz, a sua farinha é feita de arroz integral ou arroz preto, que é rico em fibras mas também um excelente antioxidante.
O arroz é combinado com outros cereais produzidos localmente, como a soja. Isto dá à farinha gordura, proteínas e hidratos de carbono", diz Koné.
"Também utilizamos outros produtos locais, como o bissap, a moringa, a cenoura, a manga e, por vezes, o gengibre, como suplementos minerais e vitamínicos para dar à farinha um sabor especial, que é muito agradável ao paladar", diz o homem que já se vê como um futuro "grande" empresário.
Para marcar a diferença em relação aos seus futuros concorrentes, um pequeno babete cobre o saco de 200 gramas de farinha quando a caixa é aberta.
"Estudámos o mercado da farinha para bebés e conseguimos desenvolver uma estratégia que nos permitirá penetrar neste mercado, tendo em conta as aspirações dos consumidores. Podemos dizer que estamos prontos para atacar o mercado porque temos uma estratégia bem desenvolvida, fizemos um bom estudo de mercado e efetuámos testes de produto. Se tudo isto for conclusivo, podemos competir com aqueles que já estão no mercado", afirma.
O projeto Enable Youth é um programa nacional para o emprego dos jovens no setor agrícola, implementado pelo governo da Costa do Marfim com financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento. O seu principal objetivo é reforçar a capacidade dos jovens licenciados para criarem empresas ao longo da cadeia de valor agrícola.
Para além de seis meses de formação, o projeto fornecerá parte do financiamento a 20 jovens para iniciarem as suas empresas.
Sendo o maior produtor mundial de cacau, a agricultura de produção alimentar desempenha um papel fundamental na economia da Costa do Marfim. As autoridades querem agora ver a transformação local de produtos agrícolas, a fim de criar valor acrescentado para a economia da Costa do Marfim, que, com um crescimento superior a 7% desde 2013 - à exceção dos anos de Covid-19 - continua a ser uma das economias mais dinâmicas do mundo.
Distribuído pelo Grupo APO para African Development Bank Group (AfDB).