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- O Presidente do AfDB, Akinwumi Adesina (à esquerda), e o Vice-Primeiro-Ministro da Coreia, Kyungho Choo, na abertura da 7ª Conferência Ministerial de Cooperação Económica Coreia-África, em Busan
- Trente-trois ministres des Finances, des ambassadeurs, des responsables d’institutions panafricaines et d’ONG africains, ainsi que des dirigeants d’entreprises et du secteur privé coréen participent à Busan, en Corée, à la 7e conférence ministérielle de la KOAFEC
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Coreia e África unem-se para mobilizar mais financiamento e tecnologia para alcançar o acesso universal à energia e fazer de África o celeiro do mundo
O Fundo Fiduciário da Coreia e o Quadro de Investimento em Energia Coreia-África, no valor de 600 milhões de dólares, apoiarão África na criação de capacidades humanas e no desenvolvimento do seu setor energético
África deve ser a solução para alimentar o mundo, uma vez que possui 65% das terras aráveis não cultivadas do mundo
A 7ª Conferência Ministerial da Cooperação Económica Coreia-África (KOAFEC) foi inaugurada na segunda maior cidade da Coreia, Busan, na quarta-feira, com um forte apelo a recursos adicionais para ajudar os países africanos a alcançar o acesso universal à energia e transformar o continente no celeiro do mundo.
A conferência surge numa altura em que África se debate com uma série de desafios. Cerca de 600 milhões de africanos não têm acesso à eletricidade. Além disso, 283 milhões de pessoas passam fome. Este número foi agravado pela guerra russo-ucraniana, pelos efeitos persistentes da COVID-19 e pelas alterações climáticas.
É por isso que a Coreia e África concordaram em aprofundar a sua cooperação, colocando uma ênfase muito maior no investimento mutuamente benéfico.
O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento e o Ministério da Economia e das Finanças da República da Coreia são coanfitriões da conferência de três dias subordinada ao tema "Abraçar um futuro sustentável: Transição Energética Justa e Transformação Agrícola em África", duas prioridades de desenvolvimento fundamentais para África.
O Vice-Primeiro-Ministro e Ministro da Economia e das Finanças da Coreia, Kyungho Choo, sublinhou o papel crucial que a Coreia e África devem desempenhar na evolução da comunidade internacional. Referiu a força da Coreia em termos de tecnologia e inovação, e afirmou que África tem grandes oportunidades enquanto futuro mercado e base industrial do mundo.
"Juntos, os nossos dois mundos podem tornar-se a rocha mais sólida da solidariedade", afirmou na reunião, sublinhando a necessidade de África e a Coreia reforçarem a cooperação.
No seu discurso de abertura, o Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, exortou os delegados a aproveitarem a conferência como uma oportunidade crítica para galvanizar o apoio à concretização do acesso universal à energia em África, promover uma transição energética justa e transformar o continente no celeiro do mundo.
"Para tal, serão necessários recursos adicionais", afirmou Adesina, apontando a redistribuição prevista de Direitos Especiais de Saque (SDR) para o Banco Africano de Desenvolvimento como a chave para atrair recursos adicionais para o desenvolvimento de África.
O presidente do Banco exortou a Coreia a juntar-se a outros países que manifestaram grande interesse na reafetação dos SDR ao Grupo Banco Africano de Desenvolvimento.
"Isto vai ‘virar o jogo’ para o desenvolvimento de África", afirmou Adesina.
Choo resumiu as áreas prioritárias de apoio da Coreia a África como "ABC" – agricultura, biosaúde e alterações climáticas, bem como transição energética. Afirmou que a Coreia também planeia aumentar significativamente a sua ajuda pública ao desenvolvimento.
"Em cooperação com o Banco Africano de Desenvolvimento, a Coreia tem apoiado projetos energéticos para o desenvolvimento sustentável de África. Estamos também a trabalhar no sentido de apoiar o crescimento de África, tal como previsto nas cinco prioridades estratégicas de desenvolvimento (conhecidas como High 5) do Banco Africano de Desenvolvimento. Como um verdadeiro parceiro, a Coreia continuará a apoiar o desenvolvimento de África", afirmou Choo.
Adesina descreveu a conferência KOAFEC como uma boa oportunidade para discutir o progresso das relações entre a Coreia e África, os desafios e oportunidades de desenvolvimento em África, e para continuar a trabalhar em conjunto para acelerar o crescimento e o desenvolvimento de África.
"África deve ser a solução para alimentar o mundo, uma vez que possui 65% das terras aráveis não cultivadas do mundo", afirmou aos delegados. "O que África fizer com a agricultura irá, portanto, determinar o futuro da alimentação no mundo."
Adesina elogiou o governo coreano pela sua iniciativa K-Rice Belt, que visa ajudar a produzir 30 milhões de toneladas de arroz em oito países africanos.
A iniciativa alinha-se com a estratégia Alimentar Africa, do Banco Africano de Desenvolvimento, e com os resultados da Cimeira de Dacar 2, através da qual a instituição se esforça por ajudar África a alcançar a autossuficiência alimentar no prazo de cinco anos.
O projeto do K-Rice Belt também tem semelhanças com o projeto emblemático do Banco Tecnologias para a Transformação da Agricultura Africana (TAAT). O Compacto do Arroz TAAT continua a colaborar com a Iniciativa de Cooperação Coreia-África para a Alimentação e a Agricultura (KAFACI) através do AfricaRice. A TAAT apoia a rede de 13 países africanos da KAFACI através de workshops, planeamento conjunto e interação regular.
Por seu lado, o Banco Africano de Desenvolvimento lançou um programa de arroz de 650 milhões de dólares para ajudar 15 países africanos a produzir 53 milhões de toneladas de arroz até 2025.
"Isto representa uma excelente oportunidade para a Coreia trabalhar em conjunto com o Banco Africano de Desenvolvimento numa iniciativa pan-africana de produção de arroz", acrescentou o presidente do Banco.
O Banco Africano de Desenvolvimento está a preparar uma operação regional para financiar o Desenvolvimento Regional de Cadeias de Valor Resilientes para o Arroz (REWARD) na África Ocidental, através da qual disponibilizará 650 milhões de dólares aos 15 países membros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.
O objetivo do REWARD é duplicar as colheitas e os rendimentos em 750 mil hectares de terras irrigadas. Serão beneficiados um milhão de produtores de arroz, 30% dos quais são mulheres. A iniciativa espera aumentar a produção total de arroz para 10,5 milhões de toneladas por ano ou 53 milhões de toneladas até ao final do programa quinquenal, em 2028.
O Banco Africano de Desenvolvimento aguarda com expectativa a oportunidade de trabalhar em estreita colaboração com a K-Rice Belt neste importante programa.
A Coreia tem sido um apoiante forte e consistente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento. A Coreia apoiou fortemente o aumento geral de capital do Banco em 2019, efetuando as suas três primeiras subscrições de capital.
A Coreia também se comprometeu a contribuir com 105 milhões de dólares para a 16.ª reconstituição do Fundo Africano de Desenvolvimento, o montante mais elevado de sempre.
O Fundo Fiduciário da Coreia e o Quadro de Investimento em Energia Coreia-África, no valor de 600 milhões de dólares, apoiarão África na criação de capacidades humanas e no desenvolvimento do seu setor energético.
Adesina observou que, para cumprir os seus ODS até 2030, África necessita de um investimento de 2,3 biliões de dólares. Destacou ainda que um obstáculo significativo é o acesso limitado à eletricidade, um bem ainda fora do alcance de quase 600 milhões de pessoas.
Adesina disse que desde que o Banco Africano de Desenvolvimento lançou seu Novo Acordo sobre Energia para a África em 2016, muitos progressos foram feitos, com a percentagem de africanos com acesso à eletricidade a aumentar, de 35% para 56%, mas acrescentou que ainda havia muito a fazer.
"Para alcançar o acesso universal à eletricidade, temos de acrescentar 90 milhões de pessoas por ano até 20230", explicou o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento. "Também temos de acrescentar 130 milhões de pessoas por ano para alcançar o acesso universal a energia limpa para cozinhar", disse Adesina.
África tem um enorme potencial de energia renovável, incluindo 11 TW de energia solar – o maior do mundo – dos quais apenas um por cento foi utilizado. Adesina disse ainda que o Banco Africano de Desenvolvimento investiu fortemente em energias renováveis, com a quota de energias renováveis na sua carteira de produção de energia a situar-se atualmente em 87%.
Adesina acrescentou, no entanto, que é impossível fornecer acesso universal à eletricidade para África contando apenas com as energias renováveis devido à sua elevada intermitência e variabilidade, que afeta negativamente a fiabilidade para uso industrial.
"Ao pensarmos na transição para uma energia justa, não deve ser negada a África a oportunidade de utilizar o seu gás natural, que agora tem em abundância devido a novas descobertas. Se o fizermos, não estaremos a agravar a crise climática. Pelo contrário, isso reduzirá as emissões em África", afirmou Adesina.
Adesina disse à audiência que o Banco Africano de Desenvolvimento está a participar nas Parcerias para a Transição Energética Justa na África do Sul e no Senegal (2,5 mil milhões de dólares) com a União Europeia, os Estados Unidos, o Reino Unido, a Alemanha e a França.
Ele disse que o Banco apoia as Parcerias de Energia Justa da África do Sul através de um mecanismo de garantia de mil milhões e dólares do Reino Unido, acrescentando que o Banco também apoiou os esforços para desenvolver mais projetos financiáveis através do seu Mecanismo de Preparação de Projetos da NEPAD e do Africa50.
"O futuro de África é brilhante. E será ainda mais brilhante com uma forte parceria com a Coreia do Sul. Vamos juntos acelerar o crescimento e o desenvolvimento de África. Vamos ter sucesso juntos", disse o diretor do Banco Africano de Desenvolvimento, ao concluir a sua intervenção.
O Dr. Hwang-yong Kim, Diretor-Geral do Gabinete de Cooperação Tecnológica da Administração para o Desenvolvimento Rural da Coreia, indicou que havia todos os motivos para confiar que os países africanos poderiam imitar a trajetória de desenvolvimento bem-sucedida da Coreia. Explicou que, na década de 1960, após a Guerra da Coreia, o país era uma das nações mais pobres do mundo – a Coreia chegou mesmo a receber assistência de alguns países africanos, disse anteriormente o Dr. Adesina. Kim observou que, graças à sua agricultura transformadora, a Coreia tornou-se, desde então, uma das maiores economias do mundo.
A 7ª Conferência Ministerial KOAFEC reúne trinta e três ministros das finanças africanos e diretores executivos do Banco Africano de Desenvolvimento em representação dos países membros africanos, embaixadores africanos, líderes de instituições pan-africanas e de várias organizações não-governamentais, bem como diretores executivos africanos e líderes do setor privado coreano.
Na década de 1960, após a Guerra da Coreia, a Coreia era um dos países mais pobres do mundo. Nessa altura, recebeu assistência de alguns países africanos. Através da sua agricultura transformadora, a Coreia tornou-se, desde então, o 12º maior país do mundo.
- Discurso do Dr. Akinwumi Adesina (https://apo-opa.info/3sXPfFs)
- Vídeo de abertura (https://apo-opa.info/3PDsQGD)
Distribuído pelo Grupo APO para African Development Bank Group (AfDB).
Contacto para os media:
Emeka Anuforo
Departamento de Comunicação e Relações Externas
media@afdb.org
Sobre o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento:
O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento é a principal instituição financeira de desenvolvimento em África. Inclui três entidades distintas: o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB), o Fundo Africano de Desenvolvimento (ADF) e o Fundo Fiduciário da Nigéria (NTF). Presente no terreno em 41 países africanos, com uma representação externa no Japão, o Banco contribui para o desenvolvimento económico e o progresso social dos seus 54 Estados-membros. Mais informações em www.AfDB.org