Avaliação do Last Mile Connectivity Project (LMCP) mostra impacto positivo significativo e necessidade de utilização produtiva da eletricidade
O Banco Africano de Desenvolvimento financiou o estudo, que foi realizado em seis condados: Baringo, Kakamega, Kericho, Kitui, Nakuru e Taita Taveta
O relatório recomenda programas para ligar o acesso à eletricidade a atividades geradoras de rendimentos, tais como serviços de irrigação e promoção de pequenas empresas
A avaliação de impacto da Fase 1 do Projeto de Conectividade de Última Milha (Last Mile Connectivity Project – LMPC) no Quénia estabeleceu a necessidade de a iniciativa apoiada pelo Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org) encorajar a utilização produtiva da eletricidade pelos beneficiários, para além do consumo doméstico básico.
O estudo – Avaliação de Impacto do Projeto de Conectividade da Última Milha no Quénia apoiado pelo AfDB, Fase 1 (https://apo-opa.info/3A1yj1k) – conclui que "2 a 3 anos após a ligação das famílias à rede através do projeto, o consumo de eletricidade pelos beneficiários tem permanecido baixo, com os beneficiários a utilizarem principalmente a eletricidade para iluminação e carregamento de telefones".
A avaliação, realizada pela unidade de Avaliação Independente de Desenvolvimento (IDEV) do banco, recomenda que a Kenya Power and Lighting Company (KPLC), a agência de implementação, encontre formas de "estimular" a procura adicional de eletricidade por famílias e empresas nas zonas rurais.
O Banco Africano de Desenvolvimento financiou o estudo, que foi realizado em seis condados: Baringo, Kakamega, Kericho, Kitui, Nakuru e Taita Taveta.
Ao apresentar as conclusões do relatório em Nairobi a 4 de abril, Ustace Ezor, responsável de avaliação do IDEV, observou que, ao contrário das previsões iniciais, houve um aumento limitado na utilização produtiva da eletricidade. As conclusões foram apresentadas numa mesa redonda em que participaram os parceiros de desenvolvimento, funcionários governamentais, e intervenientes do setor energético no Quénia, que deliberaram sobre as questões levantadas na avaliação. Fizeram também um balanço do setor energético do país.
O relatório recomenda programas para ligar o acesso à eletricidade a atividades geradoras de rendimentos, tais como serviços de irrigação e promoção de pequenas empresas.
Em resposta às conclusões, o Eng. Anthony Musyoka, Gestor Sénior do Planeamento do Sistema de Distribuição na empresa de distribuição de eletricidade do Quénia (KETRACO), disse que as comunidades devem ser sensibilizadas para as oportunidades de tirar mais benefícios da ligação elétrica. "Não houve sensibilização das comunidades. Elas precisam de ser sensibilizadas para ganharem consciência que a eletricidade pode ser utilizada para criar riqueza, e não apenas para iluminação", afirmou.
Outros pontos levantados incluíram tornar a eletricidade mais acessível e fiável, com o relatório a afirmar que "um custo elevado da eletricidade em relação ao rendimento familiar dos beneficiários mina o acesso e a utilização produtiva da eletricidade".
De acordo com o Eng. Joseph Oketch, Diretor da Autoridade Reguladora da Eletricidade e das Energias Renováveis, Energia e Petróleo, o elevado custo desta matéria-prima foi determinado por vários fatores. "Isto tem mais a ver com o elevado custo de produção e custo de transmissão, bem como o custo de distribuição e fornecimento. Todas estas questões precisam de ser abordadas de forma holística", defendeu.
O relatório destaca os notáveis impactos positivos do projeto, entre os quais está um aumento de 83% no acesso à eletricidade para iluminação através da rede nacional.
Afirma que a probabilidade de as crianças estudarem à noite aumentou 45%, e as notas dos estudantes do ensino secundário aumentou 34% nos lares beneficiários. "Isto confirma a melhoria da capacidade e qualidade da eletricidade, considerando que a maioria dos condados são agora servidos pela rede", disse o Eng. Musyoka.
O impacto significativo da Fase 1 do LMCP fez com que o Quénia passasse a ser um modelo para outros países da região, segundo Alemayehu Wubeshet Zegeye, Gestor do Setor Energético Regional da África Oriental no Banco Africano de Desenvolvimento. "O modelo utilizado no Quénia foi único e aumentou a ligação em muito poucos anos. O programa foi concebido para acelerar a ligação para os trabalhadores com baixos rendimentos, subsidiando antecipadamente a taxa de ligação", explicou.
Com as taxas de ligação reduzidas de 35.000 xelins quenianos para 15.000 xelins (cerca de 269 para 115 dólares) a pagar em prestações de 3 anos, mais famílias rurais foram encorajadas a candidatar-se à ligação à rede.
O projeto LMCP é um programa emblemático de eletrificação em massa lançado pelo Governo do Quénia para aumentar o acesso à eletricidade para grupos de baixos rendimentos em zonas rurais e periurbanas, ligando-os à rede nacional.
O país pretende ligar 17 milhões de famílias à rede nacional até 2030, tendo atualmente 9 milhões ligados à rede. Com o financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento, o projeto LMCP do Quénia ligou até agora cerca de 530.000 agregados familiares em 47 condados.
Distribuído pelo Grupo APO para African Development Bank Group (AfDB).
Sobre o Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento:
O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento é a principal instituição financeira de desenvolvimento em África. Inclui três entidades distintas: o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB), o Fundo Africano de Desenvolvimento (ADF) e o Fundo Fiduciário da Nigéria (NTF). Presente no terreno em 41 países africanos, com uma representação externa no Japão, o Banco contribui para o desenvolvimento económico e o progresso social dos seus 54 Estados-membros. Mais informações em www.AfDB.org/pt