Ao amanhecer, o sol já está a brilhar em Djeffa, uma pequena cidade no distrito de Sèmè-Podji, no sudeste do Benim. Com a mão sobre os olhos para se proteger da luz forte da manhã, Justine Gantekpin olha à volta da sua horta. Há apenas alguns anos, esta agricultora de 50 anos tinha uma pequena área cultivada. Hoje, cultiva dois hectares. As suas plantas de tomate, beringela e salada são regadas regularmente graças a um furo construído nas proximidades e à instalação de tubos de alta qualidade.

“Este projeto foi muito bem pensado e executado. Estou muito orgulhosa dele! Forneceu-nos os meios materiais necessários para uma agricultura moderna. Hoje, o nosso negócio floresceu”, afirma com satisfação.

A apenas dez metros de Justine, Jean Loupeda examina a sua parcela de terreno, igualmente satisfeito com o apoio que recebeu para gerir a sua horta. “Antes, tinha um grave problema de mão de obra. Para regar um hectare, tinha de empregar pelo menos seis trabalhadores durante seis horas. Graças ao equipamento disponibilizado pelo projeto, só preciso de dois trabalhadores. Isso poupa-me tempo, energia e dinheiro”, diz Jean.

O projeto não ficou por aqui, acrescenta. “Numa altura em que tínhamos dificuldade em comprar insumos, o projeto deu-nos um apoio salutar. Agora podemos trabalhar com muito mais facilidade. Tudo isto permitiu-nos aumentar a nossa produção, poupando dinheiro”, explica.

Tal como outros agricultores da região, Justine e Jean beneficiam do Projeto de Apoio às Infraestruturas Agrícolas no vale de Ouémé (PAIA-VO) (http://apo-opa.co/3Ydp5vP). Lançado em 2014 e financiado em 63,63 milhões de euros pelo Fundo Africano de Desenvolvimento (http://apo-opa.co/3ZOhCEF), o projeto abrangeu 14 municípios dos departamentos de Ouémé, Zou e Atlantique, na fronteira com o Golfo da Guiné.

Ao favorecer a promoção de três setores de crescimento – arroz, milho e horticultura – o projeto, financiado pela vertente concessional do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, permitiu a realização de projetos hidroagrícolas para garantir a segurança da produção e a construção de infraestruturas de armazenamento e de comercialização para melhor ter em conta as cadeias de valor. 

No final do projeto (http://apo-opa.co/3ZT1scY), em dezembro de 2023, a produção adicional de culturas alimentares (arroz, milho) aumentou de 70.100 toneladas, antes do projeto, para 90.300 toneladas durante as campanhas de 2021-2022 e 2022-2023. O rendimento médio anual dos produtores de arroz aumentou acentuadamente, de cerca de 108 euros para 358 euros, contra um objetivo inicial de 220 euros.

“O projeto permitiu-nos aumentar a nossa produtividade”, confirma Enock Koumagnon, um agricultor de Sèmè-Podji. “Pudemos mandar os nossos filhos para a escola e inscrevê-los nas melhores universidades. Como agricultor, pude mandar os meus filhos para a universidade... É este o bem que o projeto nos fez! Podemos dizer que o projeto é o nosso benfeitor”, conclui.