O Conselho de Administração do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org) aprovou na quarta-feira um empréstimo de 101,10 milhões de euros ao Quénia para implementar a terceira fase do projeto Conectividade de Última Milha. O projeto irá melhorar o acesso à eletricidade para as famílias, as infraestruturas sociais e as micro, pequenas e médias empresas.

O projeto beneficiará igualmente de um empréstimo de 13,17 milhões de dólares (12,12 milhões de euros) do Fundo Climático Canadá-Banco Africano de Desenvolvimento (CACF), gerido pelo Banco, que concede empréstimos concessionais de longo prazo para projetos de adaptação e mitigação das alterações climáticas.

O Projeto de Conectividade da Última Milha – Fase III é uma das ações prioritárias no âmbito do Documento de Estratégia Nacional 2019-2023 do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento para o Quénia.

"O apoio do Banco ajudará a infraestrutura social das famílias e o acesso das empresas locais a um fornecimento de energia adequado, fiável e acessível, e criará um ambiente propício à realização da Visão 2030 do Quénia", afirmou Nnenna Nwabufo, Diretora-Geral do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento para a África Oriental.

Nwabufo afirmou que o projeto irá impulsionar os planos do governo de proporcionar a todos os quenianos acesso à eletricidade.

O Projeto de Conectividade da Última Milha – Fase III baseia-se na implementação bem sucedida das duas primeiras fases financiadas pelo Banco Africano de Desenvolvimento, que forneceram eletricidade de rede a mais de 1,05 milhões e quase 1,6 milhões de pessoas, respetivamente.

O projeto implica o reforço da rede de eletricidade através da construção de 13 subestações de 33/11 kV, incluindo as extensões de rede associadas, e a rede de distribuição em 45 dos 47 condados administrativos, para ligar um total de 139.480 agregados familiares à rede, o que significa que cerca de 543.972 quenianos passarão a ter acesso à eletricidade. Além disso, 10.521 pequenas e médias empresas e instalações sociais (23 instituições de ensino, 15 estabelecimentos de saúde e 8 instalações de abastecimento de água) serão ligadas à rede pela primeira vez. O projeto reduzirá a utilização de poluentes como os combustíveis fósseis e de biomassa, o carvão vegetal e os resíduos agrícolas não transformados.

O projeto criará empregos e oportunidades de negócio e melhorará a prestação de serviços nos setores da educação e da saúde. A longo prazo, o projeto melhorará o bem-estar e a produtividade da sociedade, o que contribuirá para o desenvolvimento socioeconómico promovido pela Visão 2030 do Quénia.

Contribuirá igualmente para a transição para as energias limpas, à medida que os agregados familiares e as empresas mudam para fontes de energia limpas e sustentáveis. O projeto reduzirá as emissões de gases com efeito de estufa em, pelo menos, 3.440 toneladas métricas de dióxido de carbono por ano.

Em junho de 2022, 77% da população queniana tinha acesso à eletricidade da rede, mais do que a média estimada de 50% na África Subsariana. O Governo tem como objetivo o acesso universal à eletricidade até 2030, o mais tardar.