A Vice-Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org) para a Execução Regional, Integração e Execução de Negócios, Marie-Laure Akin-Olugbade, concluiu uma missão a Angola, na qual realizou várias sessões de diálogo estratégicas e de alto nível com as autoridades do país. As conversações serviram de base para a implementação do novo documento de estratégia nacional do Banco para Angola entre 2024 e 2029.

O documento de estratégia nacional, que orientará a cooperação entre o Banco e Angola nos próximos cinco anos, foi um dos principais objetivos da missão que decorreu de 25 a 28 de junho. A sua principal mensagem às autoridades foi a disponibilidade do Banco para efetuar operações maiores e transformadoras em Angola.

A Vice-Presidente reuniu-se com altos funcionários do Governo, incluindo o Ministro do Planeamento e Governador do Banco, Victor Hugo Guilherme, a Ministra das Finanças e Governadora suplente, e representantes de ministérios setoriais, incluindo os da Energia e Águas, Transportes e Agricultura, bem como do Fundo Soberano. Foi também recebida na Presidência da República pelo Ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano.

Akin-Olugbade também se reuniu com os principais parceiros de desenvolvimento que trabalham em Angola para discutir sinergias e colaborações comuns e reuniu-se com intervenientes do setor privado para avaliar os progressos das reformas do ambiente empresarial angolano.

As partes discutiram a cooperação entre Angola e o Banco e as suas prioridades, que se centram na aceleração da diversificação económica e na criação de emprego, tirando partido do enorme dividendo da juventude angolana, do investimento na agricultura e de uma série significativa de projetos energéticos destinados a transformar Angola de exportador de combustíveis fósseis em fornecedor de energia limpa para a África Austral e Central.

Akin-Olugbade salientou os resultados significativos dos projetos do Banco, que permitiram o acesso à água e ao saneamento a mais de 80 mil famílias nas cidades costeiras do país. Durante uma visita ao Parque de Ciência e Tecnologia de Luanda, financiado pelo Banco, Akin-Olugbade constatou os progressos realizados num investimento que se espera venha a dar um impulso significativo à inovação e à investigação no meio académico, no setor privado e nas start-ups.

Numa receção que contou com a presença dos principais parceiros e partes interessadas, realizada a 28 de junho, a Vice-Presidente lançou a celebração do 60º aniversário do Banco Africano de Desenvolvimento.

“Estou muito satisfeita por ver os progressos significativos realizados por Angola na diversificação da sua economia e no relançamento do setor agrícola, que tem crescido mais rapidamente do que o setor petrolífero nos últimos cinco anos. Pude apreciar o êxito significativo na superação da crise da COVID e na colocação da dívida pública numa trajetória sustentável. Temos agora os alicerces para uma colaboração frutuosa entre Angola e o Banco, com o objetivo de qualificar a mão de obra e criar oportunidades de emprego digno, dando assim esperança aos jovens e às mulheres”, afirmou.

Quase 66% da população angolana tem menos de 25 anos, salientou Akin-Olugbade.

O Ministro Guilherme afirmou: “Estamos muito satisfeitos com a visita da VP Marie-Laure Akin-Olugbade, que é um testemunho da prolífica parceria entre o nosso país e o Banco. Congratulamo-nos com o enfoque estratégico do AfDB no apoio à diversificação económica para além do setor petrolífero, através da promoção de cadeias de valor agrícolas sustentáveis ancoradas no fornecimento de infraestruturas de energia limpa, abastecimento de água fiável e corredores de transporte. Apesar do difícil ambiente externo e interno, agravado por múltiplos choques, o nosso governo está a implementar com firmeza reformas estruturais para impulsionar a competitividade no setor não petrolífero e promover um crescimento sustentável, verde e inclusivo, consistente com os objetivos do nosso terceiro Plano Nacional de Desenvolvimento (PND 2023-27)”.

Desde o início das suas operações em Angola, em 1980, o Banco aprovou um total acumulado de mais de 3 mil milhões de dólares em projetos para apoiar a agenda de desenvolvimento do país.