África é altamente vulnerável às alterações climáticas e os seus impactos, como inundações, secas, ciclones, subida do nível do mar, já estão a provocar mudanças na forma como os africanos produzem alimentos, vivem e ganham a vida.

No entanto, a maior parte do financiamento climático para o continente destina-se à mitigação do clima e não à adaptação. Isto é um problema, em parte porque a adaptação cria empregos bem remunerados e diversifica as economias, reforçando a resiliência da sociedade. A agricultura é um setor em que a adaptação tem um potencial imenso.

Por exemplo, a Soupah Kitchen & Grocery Technology, uma empresa agroindustrial liderada por uma mulher e sediada em Ibadan, na Nigéria, está a encontrar soluções inovadoras para as alterações climáticas, a fim de promover a transição energética do continente.

Com o apoio do Banco Africano de Desenvolvimento, do Centro Global para a Adaptação e do seu Programa de Aceleração da Adaptação de África (AAAP) (https://apo-opa.info/3XjJHim), a Soupah Kitchen utiliza tecnologia inteligente em termos de recursos para controlar o ambiente de cultivo de alface, couve, folhas verdes e ervas aromáticas. A start-up produz legumes mais baratos e mais saudáveis através da hidroponia nos telhados de Ibadan do que os cultivados em quintas rurais.

Ifeloluwa Olatayo, CEO da Soupah Kitchen, estava entre os 15 vencedores do Desafio de Soluções de Adaptação da Juventude Africana 2021 (YouthADAPT) organizado pelo AAAP, uma iniciativa conjunta do Banco Africano de Desenvolvimento e do Centro Global de Adaptação.  

"A nossa tecnologia inteligente de recursos foi projetada para cultivar até três toneladas de alimentos frescos numa área de 650 metros quadrados. Irá melhorar a paisagem urbana e melhorar a qualidade do ar nas nossas cidades", disse Olatayo.

Acrescentou ainda que as quintas da Soupah Kitchen podem plantar de forma sustentável com menos 95% de água do que as quintas tradicionais, sem fertilizantes químicos. Os rendimentos da quinta da empresa são 30% superiores aos das quintas convencionais e são produzidos em metade do tempo.

Utilizando tecnologia hidropónica vertical, a Soupah Kitchen pode cultivar 1.600 kg de vegetais num ciclo de 26 dias.

O desejo de expandir o seu negócio e o seu impacto levou Olatayo a candidatar-se ao programa YouthADAPT.

"Com a oportunidade do YouthADAPT, a minha empresa recebeu um financiamento de 100 mil dólares. Isto tem sido extremamente útil, e o investimento feito até agora no nosso plano de implementação teve um impacto demonstrável no reforço da nossa missão de consciência climática. O programa de aceleração de um ano permitiu-me aprender sobre as melhores opções de financiamento para aumentar o nosso impacto", afirmou Olatayo. 

A Soupah Kitchen planeia avançar para a tecnologia blockchain para replicar e expandir a tecnologia noutros países africanos.

 Para além do financiamento do YouthADAPT, a Soupah Kitchen recebeu 10 mil euros da Embaixada dos Países Baixos na Nigéria, por ter vencido o Desafio Food Connection.

Em reconhecimento do papel fundamental do setor privado no preenchimento das lacunas de financiamento para o crescimento verde e na construção da resiliência climática, o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento escolheu ‘Mobilizar o Financiamento do Setor Privado para o Clima e o Crescimento Verde em África’ como tema para os seus Encontros Anuais de 2023.

Os Encontros terão lugar de 22 a 26 de maio em Sharm El Sheikh,no Egito.

Clique aqui (https://apo-opa.info/3Mq8KhD) para saber mais.