O nomeado para Presidente do Grupo Banco Mundial pelos Estados Unidos, Ajay Banga, começou a sua viagem global na segunda-feira, fazendo a primeira paragem em Abidjan, na Costa do Marfim, onde se encontrou com o Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (http://www.AfDB.org), Dr. Akinwumi Adesina, com o Conselho de Administração e outros diretores.

Banga falou sobre a necessidade de o Grupo Banco Mundial desenvolver uma forte parceria com o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento para ajudar a produzir resultados transformadores.

O candidato à liderança do Banco Mundial apontou três grandes questões que afetam muitas partes do mundo, as quais, segundo ele, são de grande preocupação. Estas incluem a desigualdade, a tensão entre a Humanidade e a natureza, e a tendência para aplicar soluções de curto prazo a problemas de longo prazo que apenas produzem maus resultados. Disse que os desafios que o mundo enfrenta se complicaram devido à pandemia de Covid 19, à degradação ambiental, e ao impacto da guerra Rússia-Ucrânia.

O antigo CEO da Mastercard enfatizou o papel da tecnologia na ajuda a enfrentar os desafios que o mundo enfrenta. Falou também sobre o papel do setor privado na mobilização de recursos de capital muito necessários para um desenvolvimento económico significativo. Isto aplica-se não só ao capital do setor privado, mas também ao engenho e inovação do setor privado que, segundo Banga, são necessários para enfrentar os muitos desafios que o mundo enfrenta.

Adesina disse que o apelo de Banga para uma parceria renovada era muito sensato, do seu ponto de vista. O Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento salientou a necessidade de uma nova forma de trabalho entre o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento. "É mais do que financeiro. Trata-se mais de como trabalhamos para otimizar os recursos, envolvendo os governos, o setor privado e outras partes interessadas para produzir uma mudança significativa", apontou.

O Dr. Adesina disse que as alterações climáticas continuam a ser a ameaça existencial mais grave para a humanidade: "Está a dizimar vidas, a deslocar pessoas, a criar refugiados e a aprofundar a pobreza", alertou.

"É o que eu chamo de triângulo do desastre: pobreza crescente, desemprego juvenil crescente e degradação ambiental", disse, acrescentando: “Isto é terreno fértil para o terrorismo".

O líder do Banco Africano de Desenvolvimento apelou a um conselho de segurança global sobre ambiente e biodiversidade - que, segundo ele, não estão a receber a atenção que merecem em comparação com outros desafios globais, tais como a guerra.

Adesina apelou a uma nova forma de medir a riqueza das nações em vez de a basear no Produto Interno Bruto. "O PIB não considera fatores importantes tais como a contribuição de um país para a emissão de carbono e o impacto na biodiversidade".

"Globalmente, há necessidade de uma maior responsabilidade para enfrentar o impacto das alterações climáticas, da degradação ambiental, e proteger a biodiversidade", disse o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento.

Adesina sublinhou a necessidade de maiores oportunidades económicas, particularmente nas zonas rurais, onde o investimento em infraestruturas é crucial. Disse que trinta e quatro chefes de estado participaram na recente Cimeira Alimentar de Dacar 2 (https://apo-opa.info/41NspO1) e comprometeram-se com os compactos nacionais de distribuição de alimentos e agricultura. Disse que tinham sido identificados quase 52 mil milhões de dólares (https://apo-opa.info/3ZLxUe8) de apoios previstos para a agricultura e segurança alimentar por parte de parceiros em desenvolvimento para o próximo período de três anos.

Adesina defendeu uma abordagem semelhante para resolver o problema da falta de energia em África "onde mais de 600 milhões de pessoas não têm acesso à eletricidade, que pode ser resolvido através de iniciativas como a iniciativa Desert to Power (Do Deserto à Energia), liderada pelo Banco Africano de Desenvolvimento, que visa fornecer eletricidade verde a mais de 200 milhões de pessoas em onze países", utilizando a capacidade solar.

A 23 de fevereiro, o Presidente Joe Biden anunciou Ajay Banga como o nomeado pelos Estados Unidos para Presidente do Grupo Banco Mundial. O atual presidente da instituição, David Malpass, anunciou recentemente a sua intenção de sair até ao final de junho de 2023.

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