Conteúdo multimédia
- Imagens (5)
- Uma moradora de Dafenaytou expressa as mudanças vividas graças ao projeto IGAD/AfDB, nomeadamente no acesso à terra e à segurança alimentar. Goumati Roufa Ahmed
- Um ancião da aldeia de Kalaf testemunha a melhoria das condições de vida desde a introdução das parcelas agrícolas e das ferramentas adequadas. Adoyta Ahmed Adoyta
- Intercâmbio entre membros da comunidade e equipas da FCCA e da IGAD no terreno em Kalaf, no âmbito de uma missão de acompanhamento do projeto. FCCA/AfDB
- Um morador de Dafenaytou partilha a sua opinião sobre a governança agrícola local, agora em grande parte liderada pelas mulheres da comunidade. Ali Kamil Mohamed
- Uma mulher de Kalaf conta como as hortas familiares permitiram à sua família ganhar autonomia alimentar. Assia Obakar Hassan
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“A terra é a vida”: no Djibuti, um projeto regional apoiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento reforça a resiliência climática das mulheres rurais
O projeto IGAD/AfDB não trouxe apenas água, sementes ou formação: devolveu a dignidade, a confiança e deu uma voz às mulheres rurais
Com um pouco de ajuda, podemos transformar as nossas aldeias, alimentar as nossas famílias e deixar terras férteis para os nossos filhos
“Antes, cultivar era um sonho inatingível. Hoje, alimento os meus filhos graças à terra”.
Estas palavras de Assia Obakar Hassan, mãe de família da aldeia de Kalaf, simbolizam a profunda transformação que parte do norte rural do Djibuti está a viver graças a um projeto regional executado pela Agência Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) com financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento através do Fundo para as Alterações Climáticas em África (FCCA).
Nesta região vulnerável à seca, à insegurança alimentar e à pobreza rural, o acesso seguro à terra representa muito mais do que um direito fundiário: é uma ferramenta de adaptação às alterações climáticas e uma alavanca de emancipação económica para centenas de mulheres.
Uma terra, uma dignidade recuperada
Em Kalaf e Dafenaytou, as condições de vida foram transformadas com a introdução de hortas familiares, parcelas de forragem, ferramentas agrícolas adequadas e formação prática. O objetivo: tornar a agricultura local um pilar de resiliência, começando por quem a sustenta no dia a dia.
“Não tínhamos direito à terra, nem equipamento, nem formação. Hoje, tudo mudou”, explica Fatouma Ali Aden, mãe de três filhos em Dafenaytou. “Os nossos filhos comem legumes frescos e deixámos de depender dos mercados externos”.
Cada família tem agora o seu próprio espaço de produção. “Graças a estas hortas, recuperámos a nossa autonomia”, acrescenta Djilani Ali Ahmed, líder comunitário em Kalaf, salientando: “As mulheres gerem a sua produção, os seus rendimentos e contribuem para a economia da aldeia”.
Uma governação agrícola liderada por mulheres
O projeto não se limitou à produção: transformou a governação local. Em Dafenaytou, a cooperativa agrícola conta com mais de 70 membros, a maioria mulheres, e o seu comité é composto por 50% de representantes femininas.
“As mulheres já não são apenas trabalhadoras, são decisoras», sublinha Ali Kamil Mohamed, responsável pela cooperativa. “A sua visão prática e o seu empenho melhoraram a eficácia de todas as nossas ações”.
Esta mudança de abordagem permitiu uma melhor adequação entre as necessidades no terreno e as soluções propostas, consolidando a sustentabilidade do projeto.
Saúde, segurança e educação: efeitos em cascata
Os impactos sociais do projeto são notáveis: higiene, nutrição, estabilidade económica. A introdução de sementes resistentes, sistemas de irrigação simples e carrinhos de mão reduziu a penosidade do trabalho e garantiu o abastecimento alimentar das famílias.
“Agora temos reservas de erva para os nossos animais, legumes para as nossas refeições e até um pequeno excedente para vender”, testemunha Mohamed Soumbourouh Ibiro, acrescentando: “É uma fonte de orgulho e segurança”.
A escola local de Dafenaytou também registou uma melhoria na assiduidade e concentração das crianças, especialmente das meninas, que foram libertadas das tarefas de buscar água ou comida.
Este projeto ilustra plenamente algumas das prioridades estratégicas do Banco Africano de Desenvolvimento: melhorar a qualidade de vida das pessoas em África, promover a igualdade de género, garantir a segurança alimentar e construir a resiliência climática.
“Este projeto provou-nos que é possível”, conclui Assia Obakar Hassan. “Com um pouco de ajuda, podemos transformar as nossas aldeias, alimentar as nossas famílias e deixar terras férteis para os nossos filhos”.
À medida que os desafios climáticos se intensificam no Corno de África, Kalaf e Dafenaytou mostram o caminho. O projeto IGAD/AfDB não trouxe apenas água, sementes ou formação: devolveu a dignidade, a confiança e deu uma voz às mulheres rurais.
Nestas aldeias onde cada gota de água conta, a terra tornou-se um símbolo de vida, esperança e resiliência.
Distribuído pelo Grupo APO para African Development Bank Group (AfDB).
Sobre o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento:
O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento é a principal instituição financeira de desenvolvimento em África. Inclui três entidades distintas: o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB), o Fundo Africano de Desenvolvimento (ADF) e o Fundo Fiduciário da Nigéria (NTF). Presente no terreno em 41 países africanos, com uma representação externa no Japão, o Banco contribui para o desenvolvimento económico e o progresso social dos seus 54 Estados-membros. Mais informações em www.AfDB.org