O Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org), Dr. Akinwumi Adesina, e a Presidente do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), Odile Reinaud-Basso, concordaram que as suas organizações intensificariam a cooperação para aumentar a resiliência entre as empresas africanas. Os dois líderes dos bancos de desenvolvimento realizaram conversações no início deste mês na cimeira global sobre o clima (COP27) deste ano em Sharm El Sheikh, no Egito.

Adesina salientou que "a adaptação climática em África é uma condição essencial para a preservação do crescimento económico e para a manutenção da coesão social no continente".

Reinaud-Basso confirmou o compromisso do BERD em apoiar a implementação do Programa de Aceleração da Adaptação de África (AAAP), uma iniciativa lançada conjuntamente em 2021 pelo Banco Africano de Desenvolvimento e pelo Centro Global sobre Adaptação. O programa está a mobilizar 25 mil milhões de dólares até 2025. Estes fundos ajudarão a acelerar a ação de adaptação climática em África através de iniciativas em quatro áreas prioritárias, a saber: segurança alimentar; infraestruturas resilientes; empreendedorismo juvenil e criação de emprego; e financiamento inovador da adaptação climática.

 O aquecimento global implica repensar a forma como as infraestruturas, as cidades, e os sistemas financeiros são concebidos e operados. Isto requer parcerias eficazes entre atores públicos e privados e um forte envolvimento com a sociedade civil. 

Ao estabelecer parcerias e trabalhar em estreita colaboração com instituições governamentais, serviços públicos, empresas e comunidades locais, os bancos multilaterais de desenvolvimento como o Banco Africano de Desenvolvimento e o BERD podem desempenhar um papel catalisador no desenvolvimento das abordagens de financiamento que sustentam esta transformação, com modelos de financiamento que utilizam tanto os canais públicos como privados.

Os bancos multilaterais de desenvolvimento também podem apoiar o desenvolvimento de produtos de financiamento inovadores utilizando abordagens de financiamento misto e desenvolvendo instrumentos baseados no mercado que recompensem as empresas que investem em projetos de resiliência às alterações climáticas. Ambas as instituições irão colaborar no desenvolvimento do Mecanismo de Benefícios da Adaptação do Banco Africano de Desenvolvimento. Explorarão abordagens inovadoras não baseadas no mercado, ao abrigo do Artigo 6.8 do Acordo de Paris.

O Banco Africano de Desenvolvimento e o BERD irão expandir a sua cooperação em todas estas áreas de trabalho no contexto do Programa de Adaptação Acelerada de África. Darão prioridade ao apoio a países e clientes para compreender os riscos climáticos físicos e aumentar os investimentos de adaptação.

Reinaud-Basso afirmou: "África tem potencial para se tornar um líder global em soluções e serviços de adaptação climática e queremos expandir a nossa cooperação para apoiar África a realizar o seu potencial.

Adesina disse que ele e a sua homóloga do BERD estavam ambos totalmente alinhados sobre a necessidade de os bancos multilaterais de desenvolvimento ajustarem os seus modelos de negócio para responder às múltiplas crises que enfrentam, incluindo as alterações climáticas e a tarefa de construir economias de resiliência.

"Embora preservando o seu rating triplo A, que deve permanecer a pedra angular do modelo de negócios dos bancos multilaterais de desenvolvimento, os bancos multilaterais de desenvolvimento (MDB) devem encontrar vias para assegurar mais capital de risco para alavancar mais investimentos do setor privado", disse Adesina. "Uma delas, a curto prazo, é a reafetação de uma parte dos seus Direitos Especiais de Saque do Fundo Monetário Internacional, dos países ricos para os MDB. Estes podem aplicar-lhe um fator multiplicador de 3 a 4 vezes. Tanto o Banco Africano de Desenvolvimento como o BERD estão prontos a implementar esta opção, que oferecerá uma relação custo-benefício significativa aos países que irão fornecer SDR", concluiu o presidente do AfDB.