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Com a chegada da fibra ótica, a República Centro-Africana mergulha na era digital
Financiada pelo Banco Africano de Desenvolvimento e pela União Europeia no valor de 33 milhões de euros, esta infraestrutura visa reduzir o fosso digital e acelerar o desenvolvimento económico do país
Hoje, temos jovens capazes de desenvolver aplicações e realizar projetos que nunca teríamos imaginado no nosso tempo
Ao romper da aurora, Bangui, a capital da República Centro-Africana, acorda lentamente. As lojas são montadas, as motas percorrem as ruas congestionadas e os habitantes preparam-se para começar um novo dia de trabalho, no final de maio de 2024.
Junior, um jovem estudante de um liceu técnico, está a arrumar as suas coisas antes de ir para a universidade de Bangui. Desde criança que alimenta sonhos ambiciosos e ideias inovadoras. Curioso e apaixonado, durante muito tempo foi travado pela fraca velocidade da Internet. Mas, desde 2023, tudo mudou com a chegada da fibra ótica.
Graças a uma rede de 900 km de cabos que liga o país aos Camarões e ao Congo, a República Centro-Africana dispõe agora de uma ligação à Internet de alta velocidade, o que representa um avanço tecnológico significativo.
Financiada pelo Banco Africano de Desenvolvimento e pela União Europeia no valor de 33 milhões de euros, esta infraestrutura visa reduzir o fosso digital e acelerar o desenvolvimento económico do país. A RCA entra assim na era digital com infraestruturas de ponta.
Mamady Souare, representante do Banco Africano de Desenvolvimento para a República Centro-Africana, congratula-se com esta iniciativa. “Este projeto representa uma nova dimensão na abertura do país, desta vez em formato digital. Contribuímos ao interligar o país com os seus vizinhos, ao mesmo tempo que instalámos centros digitais. Só faltava a República Centro-Africana para completar o circuito digital na sub-região. Este projeto irá corrigir esse défice”, explica, salientando que estão a ser lançadas as bases para um verdadeiro desenvolvimento digital no país.
Uma das realizações concretas desta operação é a criação de um centro de formação digital na Universidade de Bangui. Recentemente inaugurado, o centro oferece vários cursos de formação, acesso a computadores e impressoras 3D, e workshops personalizados para ensinar os jovens a explorar o potencial da fibra ótica e a dar vida aos seus projetos. “Este centro oferece uma oportunidade única aos estudantes de se ligarem à Internet a um custo mais baixo. A fibra ótica é uma verdadeira joia para nós”, afirma com orgulho Arc-ange Geoffroy Ouele-Nza-Bana Zacko, responsável pela logística e gestão de ativos da Agência Centro-africana para o desenvolvimento digital e professor na Universidade de Bangui.
Graças aos cursos de formação que podem frequentar no local ou online, este novo espaço de trabalho permite aos estudantes transformar as suas ideias em realidades concretas. Junior é um exemplo perfeito. Fora das horas de aulas, dedica-se ao seu projeto pessoal: um robô humanoide chamado ‘Mama Africa’, feito inteiramente de materiais reciclados. Concebido para sensibilizar e educar as pessoas para a cultura africana e para a luta contra o aquecimento global, ‘Mama Africa’ depende exclusivamente de ligações à Internet de alta velocidade para funcionar.
“Antes, com a chuva, a velocidade era baixa. Agora, graças à fibra ótica, temos uma ligação estável e rápida, mesmo com mau tempo. Além disso, podemos ligar a ‘Mama Africa’ à rede online, para que todos possam interagir com ela, onde quer que estejam”, explica Junior, com entusiasmo.
“Na primeira fase, a partir de 2023, a velocidade oferecida à população foi multiplicada por 3, passando de 3 Gbps para 10 Gbps”, afirma Geoffroy Ouele-Nza-Bana Zacko, da Arc-ange. Isto é apenas o início. A espinha dorsal ótica da África Central foi concebida para aumentar e fornecer velocidades muito mais elevadas ao longo do tempo. O objetivo é ligar melhor a população e acelerar a digitalização da administração centro-africana. Isto para além do considerável potencial de tráfego de trânsito, dada a posição geoestratégica do país na confluência das costas oriental e ocidental do continente.
“Hoje em dia, a largura de banda disponível para a população permite o acesso a muitos serviços que antes eram inacessíveis devido à falta de largura de banda suficiente para a Internet, como o áudio e, sobretudo, o streaming de vídeo, o que abre um novo campo de possibilidades para um grande número de jovens que desejam empreender e inovar na República Centro-Africana”, acrescenta Samatar Omar Elmi, gestor de projetos do Banco Africano de Desenvolvimento.
A chegada da fibra ótica é um acelerador da inovação. Está a impulsionar a República Centro-Africana para um futuro de progresso e de abertura ao mundo. “Hoje, temos jovens capazes de desenvolver aplicações e realizar projetos que nunca teríamos imaginado no nosso tempo”, afirma Arc-ange. Confiante, considera a implantação da fibra ótica “um motivo de alegria e de orgulho” e prevê que “os avanços tecnológicos continuarão a melhorar, abrindo novas perspetivas para o país”.
Link para o álbum: https://apo-opa.co/4e037BK
Distribuído pelo Grupo APO para African Development Bank Group (AfDB).