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- Banco Africano de Desenvolvimento promove a inovação para aumentar a adaptação às alterações climáticas
- (Da esquerda para a direita) O vice-presidente do Banco Africano de Desenvolvimento Kevin Kariuki, o Diretor Regional interino para África do GCA Charles Nhemachena, o Diretor do AfDB Anthony Nyong e o Gestor do AfDB Gareth Phillips, durante uma sessão sobre o Mecanismo de Benefícios de Adaptação
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Banco Africano de Desenvolvimento promove a inovação para aumentar a adaptação às alterações climáticas
No âmbito do Mecanismo de Benefícios de Adaptação, os parceiros de desenvolvimento, os consumidores, os fundos e os filantropos assinarão contratos de compra de Benefícios de Adaptação Certificados
O Programa de Aceleração da Adaptação em África está trabalhar para mobilizar 25 mil milhões de dólares ao longo de cinco anos para acelerar e ampliar as ações adaptação climática
As abordagens e soluções inovadoras serão fundamentais para aumentar os esforços de adaptação em todo o continente africano. Isto inclui o Mecanismo de Benefícios da Adaptação, apoiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org), e o Programa de Aceleração da Adaptação em África, uma iniciativa conjunta entre o Banco e o Centro Global para a Adaptação.
Esta ideia ficou clara num painel de discussão em 26 de maio, organizado pelo Banco Africano de Desenvolvimento durante os seus Encontros Anuais de 2023 em Sharm El Sheik, no Egito. O painel de especialistas destacou a necessidade urgente de África implementar medidas para promover a adaptação climática, ao mesmo tempo que sublinhou uma série de obstáculos, incluindo a dificuldade de medir e rentabilizar os esforços de adaptação.
Os oradores incluíram representantes do Banco Africano de Desenvolvimento, parceiros de desenvolvimento e beneficiários do desenvolvimento.
A abrir o debate, o Vice-Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento para a Eletricidade, Energia, Clima e Crescimento Verde, Kevin Kariuki, afirmou que os investimentos climáticos favorecem a mitigação do clima em detrimento da adaptação, mas que tal não é benéfico para África.
"Muitos projetos de adaptação são de pequena escala e específicos do contexto. As micro, pequenas e médias empresas que implementariam estes projetos não conseguem aceder aos fundos privados internacionais porque não têm garantias ou conhecimentos para se candidatarem", disse Kariuki.
Os projetos de adaptação às alterações climáticas produzem normalmente pouco fluxo de caixa, embora forneçam bens públicos difíceis de monetizar. "A comunidade de doadores tem procurado métricas de adaptação para impulsionar a eficiência e aumentar o apoio, mas, infelizmente, as métricas de adaptação não existem atualmente", acrescentou Kariuki.
No âmbito do Mecanismo de Benefícios de Adaptação, os parceiros de desenvolvimento, os consumidores, os fundos e os filantropos assinarão contratos de compra de Benefícios de Adaptação Certificados. Os promotores de projetos utilizá-los-ão como garantia para obter dívida do setor privado, capital próprio e contribuições em espécie.
Os projetos do Mecanismo de Benefícios de Adaptação também incorporarão uma metodologia aprovada que define os benefícios de adaptação esperados e permite a certificação dos resultados que conduzem à obtenção dos impactos desejados. O programa foi lançado numa fase-piloto em 2019 e estão a ser desenvolvidos dois projetos-piloto: um para o cacau resiliente ao clima na Costa do Marfim e outro para barragens de implantação rápida para combater as inundações em Lagos, na Nigéria.
Salientando que o Banco tem uma série de iniciativas de adaptação em curso que estão prontas para receber contribuições, o dirigente do Banco Africano de Desenvolvimento Gareth Phillips disse que o Banco estava a trabalhar para angariar até 50 milhões de dólares em financiamento para capitalizar um novo fundo, provisoriamente denominado "Fundo Africano de Benefícios de Adaptação", que deverá ser lançado na próxima cimeira mundial sobre o clima (COP28), em novembro. Os fundos serão utilizados para comprar Benefícios de Adaptação Certificados para dar início ao Mecanismo de Benefícios de Adaptação e também fornecerão assistência técnica e apoiarão o funcionamento do Comité Executivo do Mecanismo e a criação de um secretariado.
Charles Nhemachena, Diretor Regional Interino para África no Centro Global para a Adaptação, disse que o Programa de Aceleração da Adaptação em África está a trabalhar para mobilizar 25 mil milhões de dólares ao longo de cinco anos para acelerar e ampliar as ações de adaptação climática em todo o continente africano. Afirmou que, nos últimos dois anos, o programa "influenciou mais de 5 mil milhões de dólares de investimentos a jusante que foram apoiados através do mecanismo a montante. Um exemplo é o projeto do porto de Banjul, do Banco Africano de Desenvolvimento, na Gâmbia, para o qual o mecanismo a montante forneceu testes de risco climático.
Entre os parceiros de desenvolvimento e beneficiários das iniciativas do Banco Africano de Desenvolvimento para promover a adaptação às alterações climáticas contam-se Daouda Ndiaye, Diretor para o Clima e Ambiente do Banco Islâmico de Desenvolvimento e membro do Comité Executivo do Mecanismo de Benefícios da Adaptação; Phil Stevens, Governador Suplente do Reino Unido do Conselho de Administração do Banco Africano de Desenvolvimento; Adama Kone, Diretor Executivo do Banco Africano de Desenvolvimento para a Costa do Marfim; e Margaret Kuhlow, Secretária Adjunta do Tesouro dos Estados Unidos.
Stevens afirmou que a nova Janela de Ação Climática do Fundo Africano de Desenvolvimento - o braço de empréstimos concessionais do Banco - tinha criado uma oportunidade para os investidores privados canalizarem fundos para a adaptação climática.
Durante os Encontros Anuais do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, o Reino Unido anunciou o lançamento de dois projetos ao abrigo do "Room to Run", uma programa de garantias de 2 mil milhões de dólares concedidos ao Banco. A garantia permitirá ao Banco fornecer mais 2 mil milhões de dólares de financiamento climático a África até 2027, com uma divisão de 50-50 entre adaptação e mitigação do clima.
Kuhlow disse que as pessoas normalmente pensam em energia quando ouvem a palavra "clima", mas que em muitas partes do mundo, clima significa água: em excesso ou em falta. Kuhlow afirmou que os Estados Unidos estão empenhados na agenda da adaptação, com os seus esforços em África canalizados através do Banco Africano de Desenvolvimento e do Fundo Africano de Desenvolvimento.
Kuhlow explicou que a administração do Presidente Joe Biden tinha lançado o Plano de Emergência do Presidente para a Adaptação e Resiliência (PREPARE). Disse que o seu objetivo era alargar a assistência a 500 milhões das pessoas mais vulneráveis do mundo. Acrescentou que a administração Biden também se comprometeu a apoiar o Mecanismo de Benefícios de Adaptação no seu orçamento para 2023/2024.
O Banco Africano de Desenvolvimento é um pioneiro entre os bancos multilaterais de desenvolvimento a nível mundial em termos da percentagem do seu financiamento climático que se destina à adaptação às alterações climáticas. O seu financiamento para a adaptação climática aumentou de 49%, em 2018, para 55%, em 2019, e 63% em 2020.
Os Encontros Anuais do Banco em 2023 decorreram de 22 a 26 de maio.
Distribuído pelo Grupo APO para African Development Bank Group (AfDB).