O Conselho de Administração do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org) aprovou um empréstimo de 50 milhões de dólares para o Projeto de Ação para as Alterações Climáticas e Ambientais do Estado de Yobe (ECCAP), com o objetivo de aumentar a resiliência às alterações climáticas, reforçar a segurança alimentar e melhorar os meios de subsistência de mais de 3,5 milhões de pessoas no nordeste da Nigéria.

O custo do projeto está estimado em 101,34 milhões de dólares, com um empréstimo de 50 milhões de dólares do Banco Africano de Desenvolvimento e um cofinanciamento de 30 milhões de dólares do Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África (BADEA). O Governo do Estado de Yobe contribuirá com 4,52 milhões de dólares em fundos de contrapartida e os beneficiários do projeto com 16,82 milhões de dólares.

Nas últimas décadas, os prolongados conflitos intercomunitários, especialmente entre comunidades de pastores e agricultores, e as insurreições armadas agravaram a já frágil situação ambiental de Yobe, mergulhando-o num rápido declínio económico. Com 72% da sua população a viver abaixo do limiar de pobreza, Yobe está classificado como o estado da Nigéria mais vulnerável às alterações climáticas.

O ECCAP apoiará os governos federal e estatal nos seus esforços para responder aos desafios da seca e da desertificação, capacitará as mulheres através do fornecimento de pequenos utensílios e de fogões de cozinha para desenvolver micro, pequenas e médias empresas, entre outras intervenções. O projeto apoiará igualmente a preparação da política de género do Estado de Yobe.

A implementação de um regime de pagamento por serviços ecossistémicos (PES) incentivará a população a manter 2 milhões de árvores regeneradas nas explorações agrícolas e apoiará o pagamento de mão de obra e serviços conexos para plantar e manter 20 milhões de árvores resistentes à seca. Este projeto complementa os projetos em curso e previstos do Banco e de outros parceiros de desenvolvimento para fazer face às alterações climáticas e promover a melhoria dos meios de subsistência no Estado de Yobe.

No discurso proferido durante a aprovação do projeto pelo Conselho de Administração, o Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, Dr. Akinwumi Adesina, afirmou que o projeto ajudará a combater a insegurança geral, a vulnerabilidade climática e a insegurança alimentar e a criar meios de subsistência resistentes. "Este é um projeto muito prático e granular que aborda as questões da insegurança e da vulnerabilidade em geral, mas também da segurança alimentar e da recuperação do ambiente degradado. O que está em causa é a forma como construímos meios de subsistência resilientes. Este é um projeto que mostra como o podemos fazer de uma forma integrada", afirmou.

O diretor-geral do Departamento do Banco para a Nigéria, Lamin Barrow, afirmou: "Com as intervenções-chave na florestação e reflorestação a contribuírem para o sequestro de carbono, este projeto ecológico ajudará a reduzir a vulnerabilidade aos choques climáticos, a reforçar a resiliência da população-alvo e a impulsionar os esforços da Nigéria para cumprir o objetivo da Iniciativa Africana de Restauração da Paisagem Florestal de restaurar 4 milhões de hectares de terras degradadas pelas alterações climáticas, um bem público regional e global, e as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 13 e 15”.

Martin Fregene, Diretor do Departamento de Agricultura e Agroindústria do Banco, afirmou: "O projeto ECCAP não é um projeto típico de apoio aos meios de subsistência; procura preencher uma lacuna para garantir a sustentabilidade dos projetos de melhoria dos meios de subsistência. O projeto conduzirá à melhoria da cobertura vegetal do Estado, com mais de 20 milhões de árvores estabelecidas em 120 mil hectares, e dará formação a jovens e mulheres selecionados para a criação de 3.560 novas MPME que transformarão e comercializarão novos produtos utilizando matérias-primas provenientes de árvores, como o óleo de neem, e introduzirão fogões de cozinha limpos melhorados e tecnologias de cozinha limpas destinadas a 10% da população".

A atual carteira do Banco na Nigéria inclui 50 operações no valor de 4.600 milhões de dólares. A carteira está bastante bem distribuída pelas prioridades estratégicas do Banco, conhecidas como ‘High5’.