O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org/pt) e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) (http://apo-opa.co/4bwu8e6) sublinharam a necessidade crítica de mecanismos de financiamento combinados e inovadores para apoiar os esforços de África no combate às alterações climáticas. Numa reunião realizada em Tóquio a 20 de junho de 2024, ambas as partes concordaram que a atribuição de empréstimos concessionais mais produtivos aos governos africanos é apenas parte da solução e sublinharam a importância da mobilização de recursos internos e do reforço da capacidade institucional de gestão da dívida.

As conversações, que fazem parte dos compromissos de uma delegação do Banco Africano de Desenvolvimento, reuniram quadros superiores de ambas as instituições para analisar a sua iniciativa conjunta de Assistência Reforçada ao Setor Privado (EPSA) (http://apo-opa.co/4blgJ8E). Constituiu também uma oportunidade para as duas instituições se prepararem para a 9ª Cimeira da Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD9) em Yokohama, em agosto de 2025.

A JICA é uma agência administrativa do Japão responsável pela administração da Ajuda Pública ao Desenvolvimento (ODA), centrada na prestação de ajuda bilateral aos países em desenvolvimento através de subvenções, empréstimos e assistência técnica.

A delegação do Grupo Banco, chefiada pelo Vice-Presidente para a Eletricidade, Energia, Clima e Crescimento Verde, Kevin Kariuki, incluiu o Vice-Presidente para o Setor Privado, Infraestruturas e Industrialização, Solomon Quaynor, e o Economista-Chefe e Vice-Presidente para a Governação Económica e Gestão do Conhecimento, Kevin Urama. Participaram na reunião executivos da JICA, incluindo os Vice-presidentes Seniores Naoki Ando, Sachiko Imoto, Masao Yahara, Kenichi Kawamura e Shohei Hara; o Diretor-Geral do Departamento de África, Naoki Yanase; o Diretor-Geral para o Médio Oriente e Europa, Kei Toyama, o Diretor-Geral do Departamento de Análise de Risco de Crédito e Revisão Ambiental, Suguru Miyazaki; o Diretor-Geral Adjunto do Departamento de África, Kumiko Uchida, e Masahiro Juraku, Diretor da Divisão 2 de Financiamento do Investimento do Setor Privado.

Um dos pontos principais das discussões foi o progresso em direção ao objetivo do EPSA 5 de mobilizar 5 mil milhões de dólares entre 2023-2025, com investimentos prioritários em eletricidade, saúde, conetividade e agricultura. Analisaram também os progressos realizados em projectos cofinanciados, nomeadamente na Nigéria, Mauritânia e Marrocos, reconhecendo a importância de mecanismos de financiamento inovadores para enfrentar os desafios ambientais.

Kariuki destacou a Janela de Ação Climática (http://apo-opa.co/3W3Uv6x) do Banco como uma potencial oportunidade de cofinanciamento para a JICA.

Abordando as preocupações de gestão da dívida em África, o Vice-Presidente Sénior da JICA, Naoki Ando, enfatizou a necessidade de uma gama mais ampla de capacitação em gestão de finanças públicas e de um financiamento concessional mais produtivo para os governos africanos. Urama destacou os esforços do Banco para desenvolver a capacidade de gestão da dívida em países como Moçambique, Zâmbia e Zimbabué, incluindo o seu programa Academia de Gestão das Finanças Públicas.

O Banco Africano de Desenvolvimento apresentou as suas áreas de concentração no desenvolvimento do setor privado: industrialização, desenvolvimento de empresas para as PME e empreendedorismo centrado nos jovens, incluindo a sua iniciativa Bancos de Investimento para o Empreendedorismo dos Jovens, lançada para financiar empresas africanas lideradas por jovens. A JICA manifestou interesse em oportunidades de cooperação, nomeadamente na Nigéria e na Etiópia.

O desenvolvimento de corredores de transporte foi outra área crítica, com as discussões a incidirem em projetos como o Corredor do Lobito, que liga Angola, a República Democrática do Congo e a Zâmbia, e o Corredor Rodoviário Abidjan-Lagos, para o qual o Grupo Banco está a apoiar avaliações de risco climático para integrar medidas de adaptação, como muros marítimos. Em resposta a uma apresentação do Grupo Banco sobre o seu conceito de “corredor inteligente”, que utiliza dados e tecnologia para operações eficientes e planeamento urbano, os representantes da JICA sublinharam que o desenvolvimento de corredores e o desenvolvimento urbano estão intimamente ligados. A JICA propôs explorar uma maior colaboração em matéria de segurança alimentar e desenvolvimento industrial para aumentar o impacto económico do desenvolvimento dos corredores de transporte.

Na área da resiliência e diversificação da cadeia de abastecimento, os líderes do Banco propuseram sinergias entre os documentos de estratégia de integração nacional e regional do Grupo Banco e a Iniciativa de Cocriação para a Agenda Comum (http://apo-opa.co/3W3ILku) do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão.

Com vista à TICAD9, a JICA criou 15 equipas de trabalho para explorar tópicos estratégicos a serem considerados na Cimeira, uma abordagem proactiva que sublinha a importância do evento para ambos os parceiros e para o desenvolvimento económico de África.