O Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org) e o Banco Islâmico de Desenvolvimento (IsDB) reforçaram a sua parceria estratégica para intensificar os esforços coletivos no combate à fragilidade e no reforço da resiliência em toda a África. Este compromisso surge na sequência de um intercâmbio técnico de alto nível realizado a 22 e 23 de abril na sede do Banco, em Abidjan. 

A missão de dois dias reuniu altos funcionários de ambas as instituições para alinhar abordagens, partilhar as melhores práticas e reforçar a colaboração para enfrentar desafios complexos, especialmente em Estados em transição ou em situação de fragilidade. Esta reunião dá continuidade a compromissos anteriores entre as duas instituições de desenvolvimento, incluindo uma auscultação à sociedade civil, em 2019, facilitado pela Divisão da Sociedade Civil do Banco Africano de Desenvolvimento, onde foram inicialmente identificadas áreas-chave para ação conjunta.

“Esta aliança estratégica com o IsDB reforça a nossa visão comum de enfrentar desafios complexos em Estados em transição através de abordagens adaptadas e específicas ao contexto”, afirmou Yero Baldeh, Diretor do Gabinete de Coordenação dos Estados em Transição do Banco Africano de Desenvolvimento. “Ao alinhar as nossas metodologias e aproveitar os nossos pontos fortes complementares, podemos oferecer soluções mais sustentáveis em locais onde as necessidades de desenvolvimento são mais prementes”, apontou.

A delegação do IsDB foi liderada por Ahmed Berthe, especialista principal em ONG e sociedade civil, e incluiu Esra Sayhi e Abass Kassim, especialistas seniores em fragilidade e resiliência.

“As nossas instituições servem muitos dos mesmos países membros que enfrentam desafios semelhantes”, observou Berthe. “O que mais nos impressionou foi a mudança do Banco Africano de Desenvolvimento para uma ação antecipada e preventiva, em vez de simplesmente responder às crises. Esta parceria cria um quadro para maximizar o nosso impacto coletivo através de investimentos coordenados, partilha de conhecimentos e prioridades estratégicas alinhadas”, acrescentou.

O intercâmbio destacou o Mecanismo de Apoio à Transição (TSF) do Banco Africano de Desenvolvimento, que comprometeu mais de 610 milhões de dólares para projetos em contextos frágeis em 2024. As discussões exploraram como a abordagem do TSF poderia complementar as ferramentas de financiamento do IsDB e criar sinergias mais fortes nos países onde ambas as instituições operam.

A segurança climática emergiu como um tema central, com ambos os parceiros a reconhecer o papel dos desafios ambientais no agravamento da fragilidade, particularmente em regiões vulneráveis como o Sahel e o Corno de África. A parceria ajudará a desenvolver abordagens integradas que atendam às necessidades imediatas e construam resiliência a longo prazo para ambas as instituições. 

O intercâmbio também explorou maneiras de harmonizar metodologias de avaliação, coordenar instrumentos financeiros e implementar abordagens integradas para a segurança climática, com ambas as instituições a concordar na necessidade de estabelecer um grupo de trabalho técnico conjunto para operacionalizar a parceria.

“Em linha com a nossa Estratégia 2022-2026 para Abordar a Fragilidade e Construir Resiliência em África, esta parceria reflete a ênfase estratégica do Banco na construção de alianças que ampliem o nosso impacto no desenvolvimento”, afirmou Ozong Agborsangaya-Fiteu, Diretor de Operações da RDTS. “Ao combinar os nossos pontos fortes institucionais com os do IsDB, estamos a criar uma plataforma mais poderosa para promover a resiliência onde ela é mais necessária”.

A parceria inclui um quadro de implementação estruturado previsto para 2025-2026, em consonância com a duração das estratégias de ambas as instituições para a fragilidade e a resiliência. Um grupo de trabalho técnico conjunto irá operacionalizar a parceria, garantindo que ações concretas sigam este alinhamento estratégico.

Esta colaboração estratégica promove a abordagem do Banco Africano de Desenvolvimento de se manter envolvido em contextos frágeis, com foco na prevenção em vez da resposta a crises e na construção de parcerias estratégicas entre os domínios humanitário, do desenvolvimento e da paz – todos princípios fundamentais da sua estratégia de fragilidade e resiliência.