O Conselho de Administração do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org) aprovou a 14 de julho, em Abidjan, uma subvenção de 5,39 milhões de dólares para a República Centro-Africana. A subvenção ajudará a produzir mais 32.000 toneladas de produtos alimentares e a aumentar a segurança alimentar de 100.000 pessoas. Ajudará também a República Centro-Africana a implementar um programa alimentar de emergência para fazer face ao aumento dos preços dos alimentos, exacerbado pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

África e o resto do mundo estão a lidar com os efeitos da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o que levou a um aumento dos preços dos alimentos. Os preços do trigo, milho e soja em particular subiram acentuadamente, suscitando receios de uma grande crise alimentar no continente africano, dada a dependência de muitos países das importações de alimentos de ambos os países.

Para fazer face a esta eventualidade, o Conselho de Administração do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento criou um Mecanismo Africano de Produção Alimentar de Emergência (https://bit.ly/3Pa8rpL) no valor de 1,5 mil milhões de dólares, a 20 de maio de 2022. O mecanismo fornece sementes agrícolas a 20 milhões de agricultores no continente. As variedades envolvidas são o trigo, o milho, o arroz e a soja. O objetivo é produzir mais 38 milhões de toneladas de alimentos e gerar 12 mil milhões de dólares ao longo dos próximos dois anos.

"A guerra na Ucrânia agravou os impactos da pandemia de Covid-19 e a situação política e de segurança na República Centro-Africana. A subvenção aprovada hoje pelo Conselho de Administração do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento responde às necessidades prementes de muitas famílias vulneráveis nas zonas rurais", disse Mamady Souaré, representante do Banco na República Centro-Africana. "A subvenção fornecerá aos agricultores sementes e fertilizantes para aumentar a produção alimentar e assim melhorar a segurança alimentar na República Centro-Africana", acrescentou.

A subvenção provém do Pilar I do Mecanismo de Apoio à Transição (https://bit.ly/3o3RFwz), uma entidade operacionalmente autónoma do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento. Tem um mecanismo de desembolso rápido, simples e flexível concebido para ajudar os países a consolidar a paz, construir instituições resilientes, estabilizar as suas economias e lançar as bases para um crescimento inclusivo.

A subvenção ajudará a aumentar a produtividade agrícola e a produção na República Centro-Africana. Os produtos em questão são arroz, milho e mandioca. O projeto terá, portanto, um impacto positivo na segurança alimentar de quase 100.000 pessoas com uma produção esperada de 32.350 toneladas para a primeira época agrícola de setembro de 2022 a fevereiro de 2023. Além disso, esta subvenção irá reforçar a resiliência do agregado familiar, gerar rendimentos adicionais (840 dólares, em média, por agricultor e por agregado familiar) e melhorar as condições de vida dos pequenos agricultores alvo.

O projeto será implementado em cinco regiões do país: Região N°1 (Ombella Mpoko e Lobaye), Região N°2 (Nana Mambéré e Mambéré Kadéi), Região N°3 (Ouham e Ouham Pendé), Região N°4 (Ouaka, Kémo e Nana Gribizi), Região N°7 (Bangui e arredores).

Prevê a aquisição de sementes pré-básicas (sementes produzidas por centros de investigação agrícola) e sementes de base (produzidas por estruturas de sementes aprovadas, com a assistência de técnicos de investigação ou serviços técnicos do Estado). Assim, serão adquiridas 1,8 toneladas de sementes de milho, 1,2 toneladas de sementes de arroz e 75.000 metros lineares de sementes de mandioca para os produtores. Além disso, serão adquiridas 130 toneladas de sementes de milho aos produtores locais para semear 4.500 hectares; 30 toneladas de sementes de arroz paddy para 700 hectares e 5 milhões de metros lineares de mandioca a plantar em 1.800 hectares.

Além disso, o programa irá adquirir, através de um concurso, 750 toneladas de fertilizante, ou seja, 500 toneladas de fertilizante NPK (azoto, fósforo e potássio) e 250 toneladas de ureia para cobrir as necessidades de fertilizantes de 5.200 hectares (4.500 hectares de milho e 700 hectares de arroz).

Para permitir aos produtores dominar as técnicas de cultivo, parte da subvenção será utilizada para reforçar as capacidades dos supervisores de três instituições nacionais que trabalham no setor agrícola. Veículos, equipamento e materiais de escritório serão colocados à sua disposição para este fim.