O Conselho de Administração do Fundo Africano de Desenvolvimento aprovou uma subvenção de 13,95 milhões de dólares ao Governo da Etiópia para implementar a primeira fase de um projeto de melhoria de meios de subsistência para as comunidades pastoris nas terras secas da Etiópia.

O Programa Borana de Desenvolvimento de Água Resiliente para Melhores Meios de Subsistência irá melhorar o acesso a serviços integrados e sustentáveis de água e saneamento resistentes ao clima e sensíveis às questões de género. A primeira fase do programa centrar-se-á no desenvolvimento de infraestrutura de campo de poços e de uma conduta de transmissão para um tanque de armazenamento.

O Centro Global de Adaptação (GCA) contribuirá com 300 mil euros para o programa de reforço da adaptação e resiliência, no âmbito do Programa de Aceleração da Adaptação de África, uma parceria com o Banco Africano de Desenvolvimento.

O GCA prestará assistência técnica para o desenvolvimento de uma compreensão profunda dos riscos relacionados com o clima para melhorar a resiliência climática das bacias hidrográficas. Irá também conceber uma estratégia e uma abordagem para envolver as comunidades locais, e realizar uma avaliação da vulnerabilidade climática e da resiliência de género como parte integrante da adaptação ao clima.

O esquema reforçará o acesso ao abastecimento de água nos distritos de Elweya, Dubluk e Yabel, abrangendo 62 aldeias rurais e 12 cidades com uma população estimada em 308.576 pessoas - metade das quais mulheres - e 975.750 cabeças de gado. 

Osward Chanda, Diretor de Desenvolvimento de Água e Saneamento do Banco Africano de Desenvolvimento, afirmou: "O apoio do Banco é uma resposta coordenada com o Governo da Etiópia para mitigar os desafios da água, saneamento e clima, desenvolver estruturas de água sustentáveis, e melhorar os resultados socioeconómicos em Borana".

A primeira fase do programa será implementada ao longo de quatro anos. O Programa Borana de Desenvolvimento de Água Resiliente para Melhores Meios de Subsistência levará a melhores resultados em termos de saúde, nutrição e segurança alimentar.

Nos últimos 15 anos, a Etiópia sofreu oito grandes secas com consequências adversas para a sua economia e para a subsistência do seu povo, resultando em migração forçada e deslocação de seres humanos e gado. As secas na região de Borana têm sido associadas ao aumento de conflitos violentos e disputas de fronteiras, e à água potável insegura, e ao saneamento inadequado, que continuam a ser preocupações de saúde críticas nas terras baixas da Etiópia.

O programa de Borana alinha-se com a Estratégia do Banco para a Luta contra a Fragilidade e Construção de Resiliência em África, bem como com a sua Estratégia de Género, Estratégia de Emprego para a Juventude em África, Plano de Ação Multissetorial de Nutrição, e a Política de Alterações Climáticas do Banco, que procura investir em programas que aumentem a resiliência e a adaptação ao clima.