O Primeiro-Ministro dos Camarões, Joseph Dion Ngute, e a Vice-Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org), Marie-Laure Akin-Olugbade, inauguraram o novo escritório regional do Grupo Banco para a África Central a 12 de abril de 2024 em Yaoundé, com vista a reforçar as suas operações no terreno.

"É com grande prazer que me encontro hoje em Yaoundé, em nome do Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, juntamente com o Governo da República dos Camarões, para inaugurar oficialmente as novas instalações do escritório regional do Banco para a África Central", afirmou a Vice-Presidente responsável pelo Desenvolvimento Regional, Integração Regional e Prestação de Serviços.

Congratulando-se com a escolha do seu país para acolher a sede regional do Grupo Banco, o Sr. Ngute afirmou: "Esta inauguração exprime a força da relação entre a África Central e o Banco Africano de Desenvolvimento". O gabinete regional "permitirá ao Banco aproximar-se das realidades da nossa sub-região e prestar, mais do que no passado, um apoio específico em conformidade com as expectativas das nossas populações", prosseguiu.

A cerimónia contou com a presença de membros do Governo dos Camarões, do corpo diplomático e de organizações internacionais e sub-regionais, bem como de representantes do setor privado e da sociedade civil.

Na qualidade de parceiro-chave dos sete países da sub-região (Camarões, República Centro-Africana, Chade, Congo, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial e Gabão), o Banco está a adquirir um instrumento e recursos adicionais para reforçar as políticas e estratégias de desenvolvimento, estabelecer uma gestão proativa e uma melhoria contínua do desempenho da carteira, melhorar a coordenação e a harmonização da ajuda e aumentar a visibilidade do Banco na região.

"Para além do diálogo com as autoridades nacionais, a abertura deste gabinete regional reforçará o diálogo com as comunidades económicas regionais e os diferentes parceiros de desenvolvimento. Permitir-nos-á também acelerar a implementação das nossas operações de integração regional na África Central e promover, no mesmo espírito, o desenvolvimento das atividades com o setor privado, o que, devo dizer, tem sido um desafio até à data, mas que nos é caro, nomeadamente enquanto elemento-chave de um crescimento e de um desenvolvimento inclusivos e acelerados. Acreditamos que o gabinete regional e os seus recursos adequados podem e devem também fazer a diferença na promoção do desenvolvimento do setor privado", afirmou a Vice-Presidente do Grupo Banco.

África Central, uma região importante na história do Banco

Os países da África Central têm desempenhado um papel importante na história do Grupo Banco: a maioria estava presente em agosto de 1963, em Cartum, no Sudão, quando os países africanos recém-independentes se reuniram para discutir a criação da primeira instituição financeira para os africanos e operada pelos africanos. Estes países assinaram o acordo de criação do Banco em 1964 e subscreveram o capital social do Banco, o que permitiu que começasse a funcionar em 1967. A primeira operação aprovada pelo Banco para os Camarões, o país da sede regional, foi o financiamento do aeroporto de Duala, em 22 de novembro de 1972, por um montante de quatro milhões de dólares americanos (2,4 mil milhões de francos CFA).

Em 2 de julho de 2019, o Banco assinou um acordo de sede com o governo dos Camarões para instalar o seu gabinete regional para a África Central em Yaoundé. Este gabinete é um dos seis gabinetes regionais do Banco, incluindo o da Ásia, o único situado fora do continente.

Esta decisão do Presidente Akinwumi Adesina, aquando da sua nomeação para a presidência do Grupo Banco em 2015, insere-se na implementação do novo modelo de desenvolvimento e de prestação de serviços do Banco, adotado em 2016. "Esta importante reforma (...) decorre do desejo do Banco de reforçar a sua presença no terreno para melhorar a eficiência operacional e a proximidade com as autoridades e outras partes interessadas, com o objetivo final de alcançar um impacto real no desenvolvimento das populações da região da África Central e dos Camarões", explicou Marie-Laure Akin-Olugbade. 

O edifício do escritório regional, situado na região Golf, tem seis andares e pode acolher 130 postos de trabalho, incluindo cargos de direção e peritos afetos ao escritório regional e em missão. Dispõe igualmente de várias salas de reuniões, uma enfermaria, etc.

Durante a cerimónia, o Primeiro-Ministro Joseph Dion Ngute entregou à Vice-Presidente um decreto pelo qual o Governo dos Camarões cedeu um terreno de mais de 4 000 m2, manifestando "o desejo de ver o Banco erigir neste local um magnífico edifício que reflita a frutuosa parceria mantida com a África Central". O Banco entregou também um diploma ao Ministro da Economia, do Planeamento e da Administração do Território, Alassane Alamine Mey, pela sua participação no êxito do Programa de Apoio à Empregabilidade dos Jovens, que oferece estágios de um ano a jovens licenciados em projetos realizados pelo Banco nos Camarões.

"Num contexto marcado pela implementação da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA), louvamos o apoio do Banco Africano de Desenvolvimento aos projetos de integração na sub-região da África Central, que se torna progressivamente um espaço económico integrado, unido e resiliente face aos choques externos", afirmou o Primeiro-Ministro. Citando vários projetos implementados pelo Banco nos Camarões, o Sr. Ngute congratulou-se com o empenho do Banco em apoiar os Camarões, nomeadamente na implementação de grandes projetos de transformação nas áreas dos transportes e infraestruturas sociais, energia e na implementação de vários programas de reforma.

Em maio de 2019, o Grupo Banco aprovou o Documento de Estratégia de Integração Regional para a África Central (DSIR-AC). O DSIR 2019-2025 assenta em dois pilares: o reforço das infraestruturas regionais (energia, transportes e TIC) e o apoio às reformas para desenvolver o comércio intrarregional e reforçar as capacidades institucionais das comunidades económicas regionais.

Entre 2019 e 2024, o Banco aprovou vinte operações regionais no valor total de 824,41 milhões de dólares para a África Central.

As operações regionais e/ou multinacionais em curso na África Central visam reforçar a integração regional através da implementação das prioridades estratégicas e operacionais das principais organizações de integração.

Operações na África Central

Atualmente, a carteira de operações ativas do Banco na África Central inclui 121 iniciativas, com um financiamento de 6 mil milhões de dólares (3 652 milhões de FCFA). Desde a sua criação, o Banco aprovou cerca de 600 operações para os sete países da África Central, num valor total de 18 mil milhões de dólares (10 950 milhões de FCFA), repartidas da seguinte forma:

• Os Camarões beneficiaram de 120 operações, num montante total de 4 900 milhões de dólares (2 978 milhões de FCFA).
• A República Democrática do Congo beneficiou de 153 operações, num montante total de 6,3 mil milhões de dólares (3 863 milhões de FCFA).
• O Gabão beneficiou de 63 operações, num montante total de 3,37 mil milhões de dólares (2 044 mil milhões de FCFA).
• O Congo beneficiou de 46 operações, num montante total de 1,1 mil milhões de dólares (680 mil milhões de francos CFA).
• A República Centro-Africana beneficiou de 74 operações, num valor total de 697 milhões de dólares (421 mil milhões de FCFA).
• A Guiné Equatorial beneficiou de 31 operações, num montante total de 264,6 milhões de dólares (160 mil milhões de FCFA)
• O Chade beneficiou de 109 operações, num valor total de 1,2 mil milhões de dólares (724 mil milhões de FCFA).