African Development Bank Group (AfDB)
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    • Da esquerda para a direita: Chinua Azubike, diretor-geral da InfraCredit; Denis Charles Kouassi, diretor-geral da Caixa Nacional de Proteção Social da Costa do Marfim; Ethiopis Tafara, vice-presidente da Sociedade Financeira Internacional; Boitumelo Mosako, Diretora-Geral do Banco de Desenvolvimento da África Austral (DBSA); o moderador da sessão, Victor Oladokun, Conselheiro Principal do Presidente do Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento para a Comunicação e o Envolvimento das Partes Interessadas; e Timi Agama, Diretor-Geral da Comissão de Valores Mobiliários da Nigéria
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Fonte: African Development Bank Group (AfDB) |

Soberania financeira de África: mobilizar capital institucional para o desenvolvimento e a resiliência

O continente enfrenta um déficit anual de financiamento de infraestruturas entre 68 e 108 mil milhões de dólares, atraindo apenas 2% dos investimentos globais neste setor

Vamos reunir o nosso capital, as nossas ideias e a nossa vontade para construir uma África onde as infraestruturas se tornem alavancas, e não obstáculos, à prosperidade

ABIDJAN, Costa do Marfim, 17 de julho 2025/APO Group/ --

À medida que os fluxos globais de capital evoluem e a ajuda ao desenvolvimento tende a diminuir, África encontra-se num momento decisivo. A 28 de maio, durante os Encontros Anuais de 2025 do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org), líderes de alto nível, decisores políticos e especialistas financeiros reuniram-se para definir um novo rumo para o futuro financeiro do continente – um rumo baseado nos recursos e na criatividade africanos.

Organizado pelo Departamento de Mobilização de Recursos e Parcerias do Grupo Banco, em colaboração com a iniciativa Making Finance Work for Africa, sediada pelo Banco, este evento paralelo reuniu eminentes especialistas africanos.

Com uma queda de 10% na ajuda ao desenvolvimento e um recuo de 12% nos investimentos estrangeiros diretos, que caíram para 40 mil milhões de dólares, a urgência de mobilizar recursos internos torna-se premente. O continente enfrenta um déficit anual de financiamento de infraestruturas entre 68 e 108 mil milhões de dólares, atraindo apenas 2% dos investimentos globais neste setor.

“A verdadeira questão não é saber se o capital existe – ele existe. A questão é saber como mobilizá-lo em grande escala para investimentos produtivos e de alto impacto”, afirmou o vice-presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento responsável pelo Setor Privado, Infraestruturas e Industrialização, Solomon Quaynor.

“África não é pobre. Os nossos investidores institucionais – fundos de pensões, fundos soberanos, companhias de seguros e até bancos centrais – gerem coletivamente mais de 2,1 biliões de dólares em ativos”, afirmou Quaynor na abertura da sessão. “Se apenas 5% desses fundos fossem direcionados para infraestruturas e para o setor privado, isso permitiria libertar mais de 100 mil milhões de dólares de capital a longo prazo para o continente”, exemplificou.

Parcerias e inovação

O evento destacou modelos inovadores liderados por africanos para mobilizar capital institucional. Por exemplo, a InfraCredit Nigeria, uma instituição pioneira em reforço de crédito, ajudou a garantir mais de 300 milhões de dólares em financiamento de longo prazo em moeda local para projetos de infraestruturas.

“O risco real associado aos ativos de infraestrutura é muitas vezes sobrestimado. Não registámos nenhuma perda na carteira de mais de 20 projetos em 12 setores em oito anos”, garantiu Chinua Azubike, diretor-geral da InfraCredit.

Tafara Ethiopis, vice-presidente da Sociedade Financeira Internacional (SFI, filial do Banco Mundial para o setor privado) para África, insistiu na necessidade de reforçar a bancabilidade dos projetos através de mecanismos de partilha de riscos mais eficazes.

“É essencial calibrar corretamente a distribuição de riscos e benefícios entre os setores público e privado para que os projetos sejam financiáveis”, sublinhou.

Os intervenientes identificaram também os principais obstáculos à mobilização de capital institucional e propuseram soluções concretas. Boitumelo Mosako, diretora-geral do Banco de Desenvolvimento da África Austral (DBSA), destacou o papel central da boa governação e da preparação rigorosa dos projetos. “É necessário investir em mecanismos de preparação de projetos para estruturá-los, reduzir os riscos e torná-los atraentes para os investidores institucionais”, alertou.

O diretor-geral da Comissão de Valores Mobiliários da Nigéria (SEC), Timi Agama, insistiu na importância das reformas regulamentares, da proteção dos investidores e da educação financeira: “Para libertar o capital doméstico, é preciso instaurar a confiança. Isso passa por mecanismos de supervisão, mas também por uma educação financeira aprofundada”.

Denis Charles Kouassi, diretor-geral da Caixa Nacional de Proteção Social da Costa do Marfim, destacou a alinhamento estratégico dos fundos de pensões com as prioridades de desenvolvimento nacionais: “Todos os produtos que geramos são reinvestidos diretamente na economia nacional para financiar os nossos serviços e estimular o crescimento”, afirmou.

Um apelo à ação coletiva

Mosako apelou a uma maior integração regional e a uma maior colaboração dentro do continente africano: “Sim, precisamos de governação e responsabilização, mas, como africanos, também temos de aprender a confiar uns nos outros”, salientou.

O Departamento de Mobilização de Recursos e Parcerias do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento está a levar a cabo várias ações destinadas a mobilizar o capital institucional africano, nomeadamente através de instrumentos como o Fundo Fiduciário para o Desenvolvimento dos Mercados de Capitais e parcerias estratégicas com partes interessadas regionais e mundiais.

“O momento exige visão. Exige também inovação. E, acima de tudo, exige ação”, defendeu Solomon Quaynor. “Vamos reunir o nosso capital, as nossas ideias e a nossa vontade para construir uma África onde as infraestruturas se tornem alavancas, e não obstáculos, à prosperidade”.

A sessão foi moderada por Victor Oladokun, conselheiro principal do presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento para a comunicação e o envolvimento das partes interessadas.

Distribuído pelo Grupo APO para African Development Bank Group (AfDB).

Para ver as fotos desta sessão, clique aqui (https://apo-opa.co/4f1e4og).

Sobe o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento:
O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento é a principal instituição financeira de desenvolvimento em África. Inclui três entidades distintas: o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB), o Fundo Africano de Desenvolvimento (ADF) e o Fundo Fiduciário da Nigéria (NTF). Presente no terreno em 41 países africanos, com uma representação externa no Japão, o Banco contribui para o desenvolvimento económico e o progresso social dos seus 54 Estados-membros. Mais informações em www.AfDB.org