O Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org), o Governo de Moçambique e a agência governamental coreana Busan Technopark lançaram uma iniciativa inovadora baseada em drones para reforçar a preparação para desastres em Moçambique – um país frequentemente atingido por cheias, deslizamentos de terra, ciclones e outras crises relacionadas com o clima.  

O evento de lançamento teve lugar em Maputo, na quinta-feira, 3 de abril.  

O Projeto de Gestão de Catástrofes baseado em drones irá estabelecer um centro de formação em drones em Moçambique para formar 30 profissionais, incluindo 10 instrutores. Também irá implementar um sistema de monitorização e resposta baseado em drones em cinco zonas de inundação de alto risco.  

Espera-se que melhore a monitorização de desastres em tempo real, os sistemas de alerta precoce e modelos de prevenção de inundações, ajudando Moçambique a antecipar e mitigar melhor os desastres relacionados com o clima. O país é um dos mais propensos a catástrofes em África, sendo que as cheias e os ciclones, por si só, causam grande destruição de infraestruturas, agricultura e comunidades. 

A iniciativa, no valor de 967 mil dólares, é financiada pelo Fundo Fiduciário de Cooperação Económica Coreia-África (KOAFEC) e gerida pelo Banco Africano de Desenvolvimento. O Busan Techno Park da Coreia, conhecido pela sua experiência em inovação tecnológica e gestão de catástrofes, implementará o projeto ao longo de seis meses com a intenção de evoluir para um centro de excelência e um centro regional.  

“Damos as boas-vindas ao Projeto de Gestão de Catástrofes com Drones como uma iniciativa inovadora que aproveita a tecnologia de ponta para reforçar a nossa preparação e resposta a catástrofes”, disse o Ministro da Comunicação e Transformação Digital de Moçambique, Muchanga Américo, durante o evento de lançamento. “Isto é apenas o começo”, acrescentou. 

Durante o período de seis meses, haverá transferência de tecnologia e conhecimento, permitindo que o lado moçambicano se aproprie da solução de drones e se torne autónomo por um período de três anos, se forem concluídos acordos com fornecedores. 

O economista para Moçambique do Banco Africano de Desenvolvimento, Flávio da Gama, representou o diretor do Afdb no país, e enfatizou como o projeto irá aproveitar a inovação para proteger as comunidades e infraestruturas.

“O projeto não é só sobre tecnologia. Reflete o poder da cooperação internacional, unindo governos, instituições de desenvolvimento e parceiros do setor privado numa missão partilhada: proteger vidas, fortalecer a resiliência e promover o desenvolvimento sustentável”, afirmou. 

“Os drones fornecem dados essenciais para a gestão de inundações”, afirmou Changmoon Yang, Diretor-Geral do Busan Technopark. “Este projeto irá mostrar como a tecnologia pode salvar vidas”, apontou.  

O embaixador da Coreia em Moçambique, Bokwon Kang, disse que o país aguarda com expectativa uma maior cooperação com o Banco Africano de Desenvolvimento e Moçambique no domínio da inovação digital. 

A Coreia é reconhecida como líder no desenvolvimento e utilização de Veículos Aéreos Não Tripulados, ou drones, para recolha e processamento de dados em tempo real.  

O evento de lançamento foi concluído com a assinatura de um acordo tripartido entre o Banco Africano de Desenvolvimento, o Busan Technopark e o governo moçambicano, abrindo caminho para a implementação total. 

O projeto alinha-se com o compromisso do Banco Africano de Desenvolvimento de apoiar a resiliência climática e a transformação digital. O Banco prevê a expansão deste modelo em toda a África, ajudando outras regiões propensas a desastres a alavancar drones e soluções digitais para a gestão de riscos.